Sistema OCB e Fiesp divulgam novo Índice de Confiança do Agronegócio

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Brasília (28/5) – O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) apresentou queda de dois pontos no primeiro trimestre de 2014, em comparação ao último trimestre de 2013. Na escala de 0 a 200, o IC Agro geral (que abrange os segmentos “antes” e “depois da porteira” mais o “produtor agropecuário”) variou de 104,5 para 102,7 pontos, demonstrando uma percepção ainda mais cautelosa em todos os elos da cadeia.

Os resultados foram divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), idealizadoras do índice. Na análise por elo da cadeia, todos apresentaram variações negativas: “Indústria Antes da Porteira” (- 8 pontos), “Produtores Agropecuários” (- 0,4 pontos) e “Indústria Pós Porteira” (- 0,6 pontos).

“Apesar da evolução de preços de alguns produtos agropecuários e da confiança no próprio setor, é importante lembrar que o primeiro trimestre deste ano foi marcado como um período de falta de chuvas em diversas regiões”, ressalta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Segundo ele, o que fez com que a confiança caísse foi um conjuntos de fatores como: “como clima, a redução da produtividade média e elevação de custos, somados ao pessimismo em relação aos indicadores macroeconômicos do país”.

Para o diretor do Departamento do Agronegócio da Fiesp, Benedito da Silva Ferreira, a queda significativa na confiança do primeiro elo foi provocada, especialmente, pelo setor de máquinas agrícolas,  que registrou queda de 21,3% nas vendas entre janeiro e março, se comparados com o mesmo período do ano anterior.

“Embora pessimista em relação à situação atual, a indústria ‘antes da porteira’ mostra-se otimista em relação às expectativas futuras. Seja em relação ao setor em que atuam, ou à economia brasileira, eles acreditam que o cenário mudará para melhor”, explica Ferreira. “Esse otimismo foi influenciado, especialmente, pelas revendas, indústrias de defensivos agrícolas e os bancos que financiam o setor”.

Já os produtores agropecuários se mostraram satisfeitos em relação aos preços e à confiança no setor. Porém, isso não foi suficiente para manter o Índice de Confiança deste elo em alta. A desesperança com a economia brasileira e os custos de produção puxaram os resultados de 97,5 para 97,1.

Preocupações x Investimentos

A questão climática continua sendo o principal problema para o setor agropecuário. Em um questionário onde puderam escolher mais de uma alternativa, 82,2% dos produtores agropecuários elegeram “clima” como sua maior preocupação.

“A porcentagem dos entrevistados que escolheram esse item quase que dobrou entre as duas aferições”, observa Ferreira, ao lembrar que no último resultado apresentado, a opção “clima” possuía 46,8% de escolha. “Isto ocorre por uma questão sazonal, seja por influência do excesso de chuvas que ocorreram na região Centro-Oeste ou pela seca observada nas regiões Sul/Sudeste”, explica.

As alternativas “alta incidência de pragas e doenças” e “falta de trabalhador qualificado” aparecerem como a segunda e terceira maior preocupação para 30,4% e 22,5%, respectivamente. Também são elas que impulsionaram o aumento de 10,3 pontos percentuais na expectativa de investimentos em tecnologia ligada ao custeio. Os agricultores que responderam que farão investimentos adicionais nesta área representam 63% na sondagem atual, contra 52,7% na anterior.

Em relação aos demais itens, 27% dos agricultores entrevistados disseram que farão investimentos adicionais em “máquinas e equipamentos” agrícolas, com destaque para a aquisição de tratores, seguidos pela intenção de compra em colheitadeiras e plantadeiras.

Embora o resultado seja significativo, a variação foi negativa em relação ao último trimestre de 2013. A queda pode ser explicada pelo fator sazonal, uma vez que o levantamento para os resultados deste trimestre foi realizado na época de plantio, quando o produtor já havia feito as compras necessárias.

Metodologia

Para melhor captar as percepções de todos os elos que envolvem o Agronegócio, a pesquisa de campo consultou agentes que atuam antes, dentro e depois da porteira da fazenda.

No primeiro e no último grupo foram realizadas cerca de 50 entrevistas com indústrias fornecedoras de insumos e serviços aos agricultores, além de cooperativas e indústrias compradoras de commodities agrícolas e produtoras de alimentos. Já no quadro “dentro da porteira” foram realizadas 1500 entrevistas, sendo 645 válidas, com produtores agrícolas e pecuários.

O IC Agro é uma realização da Fiesp e OCB, com o apoio da Anfavea e Andef. Os dados que compõem o índice são atualizados trimestralmente e a próxima divulgação está prevista para o mês de agosto. Outros detalhes e o download do estudo completo estão disponíveis no site: www.icagro.com.br

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