Setor lácteo discute papel do Cone Sul

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"Workshop Regional sobre Cooperativismo Lácteo" é o tema do encontro promovido em Curitiba, hoje (8/7), pela Organização das Cooperativas Brasileiras  (OCB) e Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios (CBCL) e Agripoint, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O Objetivo é conhecer a realidade e as perspectivas do mercado mundial e estudar alternativas de investimentos e parcerias no setor. Realizado nas dependências da Ocepar e aberto pelo superintendente da organização, José Roberto Ricken, o encontro reuniu mais de 50 participantes, a maioria executivos e técnicos das cooperativas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que atuam no setor lácteo, da Faep (Federação da Agricultura do Paraná),  profissionais das organizações estaduais de cooperativas e da OCB, além dos presidentes da CBCL e CCPR (MG), respectivamente Paulo Bernardes e Jackes Gontijo Álvares.  
 
O fim dos estoques - Coube ao coordenador da Câmara Temática do Leite da OCB, Vicente Nogueira Netto, fazer a palestra de abertura, enfocando o tema "O Cone Sul como novo pólo de produção de leite". Vicente iniciou sua apresentação lembrando que a projeção dos preços do leite no mercado mundial feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) não se cumpriu, e que a tonelada dos commodities lácteos saiu dos US$ 2 mil no começo desta década para US$ 4 a 5 mil. A gota d´água que provocou a mudança no mercado mundial, segundo Nogueira, foi o fim dos grandes estoques de lácteos na Europa, quando o preço do leite em pó passou dos US$ 2 mil para até US$ 5 mil a tonelada. O representante da Câmara Temática afirmou que embora a China esteja ampliando muito a produção de leite com a importação de aproximadamente 300 mil vacas/ano, não se percebe, no momento, que a maioria dos principais produtores de leite do mundo tenha capacidade de expansão da produção sem elevar os custos de produção. 
 
A vez do Cone Sul - Embora seja impossível ter certeza do comportamento do mercado de lácteos nos próximos anos, Nogueira mostrou que a tendência é de manutenção dos preços atuais e que o Cone Sul, pode se beneficiar do crescimento mundial da demanda. A boa perspectivas nos preços é sinalizada pela Bolsa de Chicago, que sinaliza um preço de US$ 0,40 por litro para 2012, e pelo crescente interesse de grandes empresas em fazerem novos investimentos, especialmente em empreendimentos localizados no centro sul do Brasil. A Conaprole, uma central cooperativa do Uruguai, está fazendo uma parceria com o governo do Rio Grande do Sul para passar a atuar naquele estado, onde deve investir R$ 200 milhões. "Não acredito que o Uruguai e Argentina possam ter um aumento de produção muito grande. Mas a América Latina tem a missão de dar uma maior contribuição para atender ao aumento mundial do consumo", frisou Vicente Nogueira Netto. 
 
Espaço para crescer -
Os produtores do estados do sul do Brasil devem ser os mais beneficiados pelo aumento da demanda de leite. "As indústrias aponta para a região sul", frisou Nogueira. A agricultura familiar, a possibilidade de aumentar a produtividade de leite e as boas condições de clima e solo, aliadas à genética animal, são condições favoráveis à região, que nos últimos anos ampliou sua participação na produção brasileira de leite de 22% para 28%. Sobre os demais concorrentes mundiais, Nogueira demonstrou despreocupação com todos, com exceção dos EUA, os maiores produtores do mundo e que têm capacidade de expandir sua produção. O fim dos subsídios da União Européia ao leite, previsto para 2012, é outra variável favorável à manutenção de bons preços no setor. (Fonte: Ocepar)

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