Roberto Rodrigues destaca conquistas do coop na Forbes
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Artigo publicado na ForbesA Forbes publicou, nesta terça-feira (26), um artigo assinado por Roberto Rodrigues, uma das maiores autoridades do cooperativismo global. Com uma carreira que contempla os campos acadêmico, agrícola e cooperativista, ele é um defensor incansável do modelo cooperativo como ferramenta essencial para o desenvolvimento econômico e social.
Reconhecido pela ONU como Embaixador do Cooperativismo e vencedor do prestigiado prêmio Rochdale, concedido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Roberto Rodrigues traz, em sua análise, um panorama das conquistas recentes do cooperativismo brasileiro, com ênfase no papel da inovação.
No texto, ele destaca o crescimento expressivo dos ramos agropecuário e de crédito, impulsionado pela adoção de tecnologias de ponta e práticas sustentáveis. Ele também ressalta a importância da liderança regional e do suporte institucional do Sistema OCB na expansão das cooperativas. A publicação celebra a aproximação de 2025, declarado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas.
Confira a íntegra do artigo a seguir:
Inovação e comemoração
O Cooperativismo brasileiro tem experimentado um grande crescimento nos últimos anos, especialmente nos setores agropecuário e de crédito, e um dos principais fatores a que se deve esse sucesso é a inovação, seja na gestão das próprias empresas cooperativas, seja nos serviços que prestam aos seus donos, os cooperados. Agricultura de precisão, drones e sistemas de monitoramento remoto, práticas sustentáveis (como energia renovável e reciclagem de resíduos), plataformas digitais para facilitar a comercialização de insumos e produtos, educação continuada e capacitação são alguns exemplos mais comuns.
As cooperativas agropecuárias mostraram números impressionantes. O anuário da OCB relativamente a 2023, por exemplo, mostra muitas que faturaram mais de 7 bilhões de reais.
A primeira foi a COAMO, de Campo Mourão-PR, com 28,7 bilhões, seguida pela LAR, de Medianeira-PR, com 22 bilhões de reais. A terceira foi a Aurora, de Chapecó-SC, com 21,4 bi, seguida pela C.Vale, de Palotrina -PR, com 21,1 bi. Também no centro-oeste o crescimento se manifestou: a COMIGO, de Rio Verde-GO, faturou 13,1 bilhões. Mas o Sul realmente comandou: a sétima em faturamento foi a COCAMAR, de Maringá-PR, com 11,3 bi e logo depois vem a COPACOL de Cafelândia -PR, com 9,6 bi. Outra catarinense, a COOPERALFA foi a 8,5 bi, e a INTEGRADA, de Londrina-PR, a 8,4 bi. A única paulista dessa relação, ocupando o décimo lugar, foi a COPERCITRUS, de Bebedouro, com 7,3 bilhões de reais de faturamento. Essa ordem varia de ano a ano, em função dos produtos agrícolas trabalhados ou industrializados. Em 2024, por exemplo, a COOXUPÉ de Guaxupé-MG deverá estar entre as 10 primeiras, graças aos bons preços do café.
Mas os avanços são uma regra geral nas regiões em que a inovação prevaleceu, especialmente quando a liderança regional do Sistema OCB é forte, caso marcante no Paraná, onde a OCEPAR tem importante coordenação nos projetos de introdução de novas tecnologias.
Por outro lado, a expansão das cooperativas de crédito foi ainda mais notável. A soma de seus ativos totais em dezembro de 2023 era de 730,9 bilhões de reais. O seu patrimônio líquido era de 98,8 bilhões, com 17,3 milhões de associados ativos. Atualmente, as cooperativas de crédito são em número de 768, mas atendem seus sócios em 9.804 pontos. Uma curiosidade interessante: em 368 municípios brasileiros, as cooperativas de crédito são as UNICAS instituições bancárias presentes.
Todo esse movimento, que se verifica no país inteiro, deve ser comemorado em 2025, que a ONU declarou como sendo o Ano Internacional das Cooperativas, pela Resolução 78/289 adotada em junho passado. Essa importante sinalização da ONU se deve à sua crença de que “as cooperativas são essenciais na erradicação da pobreza, redução da fome e promoção da igualdade, além de serem organizações que promovem a participação ativa das comunidades de maneira democrática”.