Produção de fibra de juta e malva passa por dificuldades no Amazonas
Manaus (9/05) – Os números da safra de juta e malva para 2014 estão causando muita preocupação aos produtores, cooperativas e indústria. Segundo os produtores, o assunto merece uma imediata providência para tentar salvar o setor no Amazonas.
Para a presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiro, se não for feito algo de imediato para incentivar os produtores, a tendência é extinção da produção de fibra de juta e malva no Amazonas, pois até o momento, segundo ela, a cooperativa só conseguiu adquirir 100 toneladas do produto desta safra.
Eliana Medeiro disse ainda que a subvenção paga de R$ 0,40 pelo governo não é suficiente para alavancar o setor e garantir estabilidade aos produtores, pois, em determinado período da safra, quando o produtor necessita vender a sua produção, devido às dificuldades financeiras e a enchente dos rios, as indústrias aproveitam para oferecer o valor bem abaixo do preço mínimo que a Conab compra, e como os produtores estão em dificuldade se submetem ao preço oferecido pelos empresários.
Outro ponto observado por Eliana, que massacra o setor de fibra no Amazonas é a produção de sacaria que está totalmente abandonada. A presidente reclamou que o Governo do Estado não se impõe junto ao Federal para solucionar o problema, que já foi amplamente discutido nas reuniões da Câmara de Fibra e até o momento nada foi resolvido nada.
“Vivemos completamente na incerteza, se ano que vem vai ser melhor. Os produtores estão envelhecidos e os seus filhos, com toda a razão, buscando alternativas de trabalho mais seguras em outros setores da economia”, reclamou a presidente.
O presidente do Sistema OCB/AM, Petrucio Magalhães Júnior, também chama a atenção para a questão da armazenagem das fibras, pois com o incêndio do galpão da Coomapem no ano passado a capacidade de armazenamento no estado é deficitária.
Para o Petrucio, é necessária urgentemente a reconstrução de estruturas de armazenagem certificadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), capazes de garantir a sustentabilidade da atividade produtiva. “Essa cadeia das fibras representa um importante segmento da economia social do estado”, afirmou o Petrucio. (Assimp Sistema OCB/AM)