Polônia quer fortalecer relações comerciais com as cooperativas
Durante visita à sede do Sistema Ocepar, nesta segunda-feira (2/3), o embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski, defendeu o fortalecimento das relações comerciais entre o Paraná e seu país. Ao ser recebido pelo presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o embaixador lembrou que o momento é mais do que oportuno para estreitar os laços comerciais . "Vivemos um momento muito difícil na economia mundial e nada melhor do que este cenário para prospectarmos novos negócios num estado aonde a presença da colônia polonesa é tão expressiva", frisou Jacek.
Para ele, o Paraná é uma potência econômica e tem como base do seu desenvolvimento as cooperativas, as quais compram da Polônia, basicamente fertilizantes químicos. "Queremos trazer adubos e fertilizantes muito mais baratos para o produtor agrícola, melhorando a produtividade e estabelecendo vínculos comerciais, porque a Polônia também precisa comprar produtos agrícolas, entre outras coisas do Paraná", frisou.
Comitiva - Acompanharam o embaixador nesta visita ao Sistema Ocepar, o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná, Virgílio Moreira Filho, a Cônsul Geral da Polônia no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Dorota Barys, o Conselheiro Comercial da Embaixada da Polônia, Piotr Maj, o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil/Polônia, Voitek Kordecki e o presidente de honra da Câmara de Comércio Brasil/Polônia, Marcos Domakoski e de Henrique Domakoski, conselheiro da Associação Comercial do Paraná (ACP). Pelas cooperativas estavam presentes o presidente da Batavo, Renato Greidanus, o presidente da Copagrícola, Gabriel Nadal e o diretor executivo do Consórcio Nacional Cooperativo (Coonagro), Daniel Fontes Dias.
Números - Num ranking o Brasil está entre os dez países prioritários para o governo polônes. Com um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,7% ao ano nos últimos 15 anos, o dobro da média da Europa, e um crescimento econômico de 7%, a Polônia pretende aproveitar o rápido avanço econômico, além da posição estratégica e da recente entrada na União Européia, efetivada em 2004, para se consolidar como uma porta de entrada para investimentos e exportações na Europa.
Balança - O embaixador fez questão de deixar claro de que o objetivo da visita não é apenas vender produtos mas sim ser um parceiro para comprar produtos industrializados pelas cooperativas. Hoje o saldo da balança comercial com o país é favorável aos poloneses. No ano de 2007 as cooperativas paranaenses venderam cerca de US$ 381 mil para a Polônia em carnes e sucos de laranja e compraram US$ 2,5 milhões em fertilizantes, adubos e poliestireno (plásticos). No ano passado as cooperativas não venderam nada e importaram do país europeu cerca de US$ 20 milhões em produtos.
Brasil - Já as exportações da Polônia para o Brasil saltaram de US$ 120 milhões em 2002 para mais de US$ 520 milhões em 2008 e o crescimento em oito meses do ano passado ultrapassou 92,3% em relação a 2007. A Polônia pretende ser parceiro estratégico do Brasil na venda de fertilizantes. E eles têm muito a oferecer para o mercado nacional, que consumiu 21,5 milhões de toneladas no ano passado. A produção polonesa, relativa aos tipos de produtos mais usados por aqui (sulfato de amônia, uréia, nitrato de amônia, amônia e enxofre granulado, por exemplo), está na casa dos 7 milhões de toneladas por ano. O país tem tradição de exportação para a Europa e alguns países da América Latina. Em 2008, foi comercializado 1 bilhão de dólares em fertilizantes. "Agora, queremos fazer negócios por conta própria", informa Voitek Kordecki, diretor da Ciech América Latina, uma das mais importantes empresas do ramo na Polônia e que agora tem um escritório em São Paulo e detém 68% de todo o fertilizante produzido na Polônia. Segundo ele, os agricultores brasileiros já usam os produtos de seu país adquiridos pelas companhias que dominam o mercado nacional. "Por que não fazer a compra direta e com preços melhores?", propõe. A Ciech não quer fechar os olhos para o Brasil, apesar da crise financeira que ameaça a economia mundial. O agronegócio faz o país ocupar o quarto lugar no consumo mundial de fertilizantes ao importar quase 60% do que utiliza em suas lavouras.
Convite - Koslovski fez uma apresentação detalhada sobre o cooperativismo paranaense. Como o interesse maior do setor é pela compra de matéria prima para insumos agrícolas, Koslovski colocou a disposição tanto da Emabaixada como do Consulado, o diretor-executivo do Coonagro, Daniel Fontes Dias, para que programassem uma reunião em São Paulo para se posicionar sobre possíveis negócios, via o Coonagro. Como a balança comercial hoje está mais favorável à Polônia, o presidente da Ocepar convidou o embaixador para que conheça o que as cooperativas produzem e industrializam no Paraná e o que j&aacu"