Plantio marca nova etapa do programa de MDL Florestal no PR

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Nesta terça-feira (15/12), o plantio simbólico de solo já preparado para o reflorestamento, em Palotina (PR), marcou mais uma etapa do Programa de MDL Florestal para Cooperativas Agropecuárias. O evento contou com a presença de representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do governo britânico, idealizadores da iniciativa, além dos governos federal e estadual, de instituições parceiras e de produtores de cooperativas agropecuárias. O programa envolve as cooperativas C.Vale e Copacol e tem como objetivo a recuperação de áreas degradadas da Mata Atlântica com geração de crédito de carbono, dentro da ótica de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Na oportunidade, o presidente da C. Vale, Alfredo Lang, destacou que o programa marca a contribuição dos produtores da região para a preservação do meio ambiente. “Este plantio simbólico ratifica o compromisso dos agricultores com o programa e com a natureza”, disse.

Novo mercado para o cooperativismo

O assessor de qualidade da Copacol, Celso Brasil da Cruz, destacou, além da recomposição das matas ciliares, a possibilidade de um retorno financeiro com o resgate de crédito de carbono. “A validação do projeto de MDL junto à Organização das Nações Unidas (ONU) vai abrir aos produtores um novo mercado”, comentou.

Representando a OCB, o gerente de Mercados da instituição Evandro Ninaut ressaltou a concretização de um projeto que surgiu por demanda da própria base. “Esta é uma iniciativa, entre outras já desenvolvidas no Sistema, que retrata a preocupação do setor cooperativista com as questões ambientais. Os cooperados acreditaram no programa e, assim, estão contribuindo para a preservação do meio ambiente e enxergando uma oportunidade de negócio. Estamos demonstrando, na prática, um tema que está sendo discutido mundialmente, as mudanças climáticas”, disse.

Incentivo a outros países

Daniel Aguiar Grabois, da Embaixada Britânica, reiterou o interesse do governo britânico com as questões ambientais, lembrando a importância do Programa de MDL Florestal para as Cooperativas Agropecuárias. “Além de realizar suas próprias ações em prol do meio ambiente, o governo britânico também tem como foco incentivar outros países. Com o apoio ao programa para as cooperativas, estamos contribuindo, simultaneamente, para a recuperação de áreas degradadas e diminuição da emissão de gases de efeito estufa no Brasil”. 

Registro na ONU

O diretor de projetos da Iniciativa Verde, Magno Castelo Branco, que atua como consultor do programa, frisou que a iniciativa do setor cooperativista coloca o Brasil em posição de vanguarda. “Com o programa de MDL Florestal, estamos gerando um modelo em que as cooperativas conseguem eliminar seus passivos ambientais, a partir da recomposição de matas ciliares, com uma atitude de voluntariado, e com remuneração para essa recuperação”. Castelo Branco disse ainda que o próximo passo é finalizar o documento para registro na ONU.

Contribuição do produtor rural

O prefeito de Palotina, Luiz Ernesto de Giacometti, lembrou o que a região tem feito pela preservação do meio ambiente. “Cerca de 14% do território em nosso município são compostos por matas ciliares e reservas legais. Essa ação, que tem a participação dos associados da C.Vale e da Copacol, vem somar a este percentual”.

Elvison Ramos, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ressaltou que o órgão é parceiro e apóia iniciativas como o programa de MDL Florestal. “É preciso ter clara a percepção de que a questão ambiental também faz parte do agronegócio e de que o produtor é o grande parceiro ambiental”, disse. E complementou: “projetos dessa natureza devem ser incentivados. O programa trabalha pelo aumento da floresta plantada e também implica em uma atividade de agregação de renda ao produtor”.      
 

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