Perdigão e Sadia defendem fusão das empresas e criação da BRF

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Nesta terça-feira (25/8), devido a requerimento dos deputados, membros da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Arnaldo Jardim e Assis do Couto e do deputado Leandro Sampaio, foi realizada audiência pública com o objetivo de esclarecer a tentativa de fusão dos grupos Sadia e Perdigão na indústria alimentícia Brasil Foods (BRF) e os impactos sobre o mercado de alimentos. 

Durante o debate, realizado em conjunto pelas comissões de Defesa do Consumidor (CDC); de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e de Desenvolvimento Rural (CAPADR) e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), os parlamentares demonstraram suas preocupações com possíveis prejuízos a produtores, consumidores e empregados. 

O presidente da Frencoop, deputado Zonta, disse que sua maior preocupação é a garantia de emprego para os atuais empregados da Sadia e da Perdigão, lembrando o drama vivido pelos trabalhadores quando a empresa Saíque Chapecó fechou. 

O deputado Ivan Valente disse ver com preocupação a fusão das duas empresas, sobretudo para os consumidores do País. "O que nós estamos assistindo com essa fusão é o monopólio quase total de produtos alimentícios em várias áreas. São as duas maiores empresas formando, sem dúvida, um cartel, que tem capacidade pra determinar tudo na cadeia produtiva."

Já o coordenador geral da Frencoop, deputado Luis Carlos Heinze, avalia que a fusão pode tornar a nova empresa mais saudável, contanto que seja dada a devida atenção para que nem produtores nem consumidores sejam prejudicados.

Os representantes da futura BRF, o presidente da Perdigão, José Antonio Fay, e o diretor-presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni, defenderam a fusão das duas empresas exportadoras de frango, aves e congelados. Os dirigentes argumentaram que a fusão significará a criação de uma das maiores e mais eficientes companhias de alimentos processados do mundo, com sede no Brasil. Juntos, os grupos Sadia e Perdigão representariam a décima maior empresa do ramo em todo o mundo. A BRF também seria a líder no comércio mundial de proteínas animais, com capacidade de gestão para expandir-se principalmente no âmbito internacional.

A fusão ainda será analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que disciplina a ação das empresas contra a formação de monopólios em setores da economia. O relator do processo de fusão no Cade, Paulo Furquim, presente no debate, apenas explicou aos deputados a função do Conselho, pois maiores detalhes do processo seriam considerados quebra de sigilo.

A nova empresa, se autorizada pelo Cade, terá na composição de seu capital acionário cerca de 34% de capital nacional, 31% de fundos de aposentadoria, 26% de investidores estrangeiros e 7,6% de ações emitidas por bancos americanos, as chamadas ADRs. (Com informações e foto da Agência Câmara) 

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