Paraná se prepara para exportar etanol

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Aumento da mistura de etanol na gasolina de 10% para 15% nos Estados Unidos aumenta a expectativa de abertura de mercado para a exportação do etanol brasileiro. Isso, desde que haja a redução ou derrubada da tarifa de US$ 0,54 por galão do combustível exportado ao mercado norte-americano, além do fim do subsídio dado ao etanol produzido com milho naquele país. Segundo a Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), o setor vem trabalhando para dotar o Estado de infraestrutura de logística a fim de atender a demanda do mercado externo. Na safra 2009/2010, o Estado produziu 1,985 bilhões de litros, o que representa 8% da produção nacional.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, da sigla em inglês) aprovou na semana passada  a elevação da mistura de etanol na gasolina, que vale para veículos e caminhões leves de modelos a partir de 2007 até os modelos novos. Testes mostraram que o E15, como é conhecida a mistura de 15%, não afeta os motores e equipamentos de controles de emissões desses veículos. A decisão para que o E15 fique liberado para carros de modelos entre 2001 e 2006 ainda depende de resultados de testes adicionais.

O aumento da demanda por etanol nos Estados Unidos pode fazer com que o país precise importar o produto no médio prazo. Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar, analisa que hoje os norte-americanos gastam 140 milhões de toneladas de milho por ano para produzir etanol, e com a medida terão de consumir muito mais, correndo o risco de faltar cereal para a alimentação animal. ''Isso abre mercado para o nosso etanol, que é feito de cana-de-açúcar e muito mais competitivo que o etanol americano'', defende.

Ele diz ainda que o setor espera que o governo dos Estados Unidos reveja a ''sobretaxa absurda'' cobrada sobre o etanol importado por eles para poder proteger o mercado interno. ''Baseado no processo isonômico, queremos medidas iguais às adotadas para o Petróleo. Se não se cobra do Petróleo, não se cobra do etanol'', argumenta Dias.

O superintendente da Alcopar - que representa 30 usinas, das quais 23 produzem açúcar e sete álcool -, diz que nos últimos cinco anos o Paraná dobrou a sua produção de etanol. Em 2005/2006, saíram das usinas 1,039 bilhão de litros e na última safra quase 2 bilhões de litros. Devido à falta de chuva, no entanto, a produção da safra 2010/2011 em todos os estados do Centro-Sul ficará 50% menor, atingindo entre 1,4 bilhão e 1,5 bilhão de litros.

Em relação à infraestrutura, Dias afirma que o Estado está se preparando para o aumento da demanda do mercado externo. ''Constituímos a CPA Trading (empresa de logística), temos o terminal portuário em Paranaguá e estamos trabalhando para implantar o duto (alcoolduto) que fará o escoamento do etanol até Paranaguá'', enumera. A expectativa, segundo ele, é que a obra - ainda na fase dos projetos - fique pronta em 2014. Os recursos vêm da iniciativa privada com contrapartida pública.
(Fonte: Ocepar)

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