Pará terá a primeira cooperativa formada por mulheres presas do Brasil

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Belém (10/02) – Cerca de 50 internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, finalizaram, na última terça-feira, uma capacitação técnica sobre o cooperativismo. O curso é resultado de parceria entre a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Pará (Sescoop-PA). Foram dois dias de aula sobre os princípios da educação cooperativista.

As internas devem constituir a primeira cooperativa de mulheres presas do Brasil: a Cooperativa Arte Feminina (Coopaf). O grupo vai produzir e vender artesanatos como pelúcias, crochês, vassouras ecológicas, sandálias e bijuterias, entre outros.

A cooperativa será registrada na Junta Comercial do Pará (Jucepa), dando autonomia e possibilidade de renda fixa às detentas e suas famílias. O projeto possibilitará que internas do regime fechado também atuem na fabricação das peças, em conjunto com presas do semiaberto, responsáveis pela comercialização da produção em praças públicas de Ananindeua e Belém.

A detenta Kely Hávila, 31 anos, participou do curso. Ela conta que, antes de ser presa, já fazia bordados e crochê para as filhas como uma terapia, mas foi dentro da unidade prisional que descobriu que poderia transformar o passatempo em negócio. “Foi aqui no CRF que consegui muitas oportunidades que nunca tive lá fora. Esse curso abriu minha visão sobre o artesanato. A partir de hoje considero uma profissão. Vou dar continuidade na minha vida de uma forma diferente, agora”, conta.

A assistente social, Lucilea da Silva Santos ministrou o curso e falou sobre a importância do aprendizado. “Mostramos a elas que autonomia e independência não se têm apenas quando se está livre, e sim quando se sabe o que fazer com a liberdade. O cooperativismo preza uma cultura nova de valores diferentes, trabalho coletivo e responsabilidade em equipe”, explica.

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