Osmar Dias discursa sobre crise dos produtores de trigo e milho
O senador Osmar Dias, vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), falou durante discurso, nesta quarta-feira (9/9), que os agricultores de vários estados, especialmente do Paraná, estão vendendo trigo, milho e feijão a valores abaixo do preço mínimo "e o governo não faz nada" para evitar isso. Ele afirmou que os produtores de trigo enfrentam uma crise violenta e "com certeza, na próxima safra ninguém vai se animar a plantar". Ele criticou os moinhos por darem preferência à compra do trigo argentino, a R$ 800 a tonelada, em detrimento do trigo nacional, vendido a R$ 450 a tonelada.
Explicou que o custo de uma saca de 60 quilos de trigo exige R$ 31,00 dos produtores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, mas eles só vêm conseguindo dos moinhos R$ 24,50. "O governo não está nem aí se o produtor enfrenta problemas", disse Osmar Dias. Para o governo, observou, interessa apenas que o preço do pãozinho na panificadora continua o mesmo. Por causa de chuvas fora de hora, geadas e doenças, os plantadores de trigo perderam metade da atual safra, informou.
- O Brasil importa 70 por cento do trigo que os brasileiros consomem. Proteger o agricultor nacional não é um problema de segurança alimentar? O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, sabe dos problemas, mas não tem a compreensão dos seus colegas de Ministério - constatou Osmar Dias. Para ele, a situação dos produtores de milho "é um horror maior ainda", pois só conseguem vender a saca por R$ 14,10 no Paraná, quando o preço mínimo fixado pelo governo é de R$ 16,50.
- No Mato Grosso, os agricultores estão vendendo a saca de milho por apenas oito reais. Pergunto: para que então existe esta porcaria de política de preços mínimos? Onde é que o governo quer levar o pequeno agricultor? Quer levá-los ao Bolsa Família? Quer que eles vendam suas pequenas áreas e engrossem a fila da reforma agrária? Desse jeito, eles não vão conseguir ficar no campo. O governo precisa prestar atenção ao que está acontecendo - recomendou o senador Osmar Dias.