Ocepar lamenta demora no anúncio das políticas de apoio ao trigo
Curitiba (10/9) – Prestes a iniciar o plantio do trigo, os agricultores ainda aguardam o anúncio das políticas públicas ligadas à cultura. Diante desta situação, o Sistema Ocepar está solicitando ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o imediato estabelecimento das medidas que deverão ser adotadas nesta safra, incluindo um cronograma de apoio para a comercialização da produção.
“Estamos preocupados e lamentamos a demora do governo em estabelecer a política para o trigo nacional. Propostas do setor produtivo foram encaminhadas ao Ministério da Agricultura em outubro de 2015. Esse atraso gera incertezas para o agricultor e deve prejudicar o plantio do trigo no país. É uma pena que uma das culturas mais importantes para a segurança alimentar não seja tratada com a devida importância”, afirma o presidente João Paulo Koslovski. Um ofício foi encaminhado à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, nesta semana.
IMPLANTAÇÃO DAS LAVOURAS – O período de implantação das lavouras de trigo inicia nesta quinta-feira (10/3) no Estado do Paraná, maior produtor nacional do cereal, responsável por 60% do total produzido no país. No ano passado, o Brasil colheu 5,5 milhões de toneladas do cereal e importou outras 5,75 milhões de toneladas para atender ao consumo interno, que é de 10,4 milhões de toneladas.
SUBVENÇÃO – Em relação à subvenção ao prêmio do seguro agrícola, a Ocepar está reivindicando a elevação da percentagem em 70% para o trigo e a aplicação do total de R$ 741 milhões inicialmente previstos no orçamento. “O seguro rural foi objeto de mudanças intempestivas no último ano. Embora o Mapa tenha realizado grande esforço para aprovar o montante de R$ 741 milhões no Orçamento da União para a subvenção ao prêmio, os recursos foram reduzidos para R$ 400 milhões devido ao contingenciamento de parte deles.
Essa situação deve ser revertida para que o seguro agrícola possa operar com recursos suficientes para atender a atual demanda das culturas de inverno e de verão. Além disso, ainda falta um planejamento em relação à alocação dos recursos, para que os agricultores possam ter acesso aos mesmos para custeio das lavouras no momento oportuno”, ressalta o presidente da Ocepar.
PREÇO MÍNIMO - A entidade também está pleiteando o reajuste do preço mínimo do trigo para R$ 665,00 a tonelada. “O preço mínimo é um dos sustentáculos da política agrícola nacional, que visa prestar ajuda aos agricultores em momentos de baixa cotação. É imprescindível a manutenção de valores atualizados e corrigidos, uma vez que os custos de produção sofreram grandes altas nos últimos anos”, ressalta Koslovski.
EXEMPLO - Tomando como base os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um agricultor de Londrina, Norte do Paraná, por exemplo, teve um aumento de 19% nos custos de produção entre as safras 2014 e 2015. No entanto, a correção dos preços mínimos foi de apenas 4,65% no mesmo período, passando de R$ 33,44 a saca de 60 quilos, em 2014, para R$ 34,97 a saca de 60 quilos, em 2015. (Fonte: Assimp Sistema Ocepar)