OCB reivindica dados atualizados do setor rural
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, cobrou o acesso aos resultados do censo agropecuário realizado pelo governo federal em 2006, indicadores importantes para se estabelecer estratégias de ação do setor. Freitas falou sobre a questão nessa quinta-feira (27/8), durante evento promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (Abag-RP), na sede da cooperativa Carol, em Orlândia (SP).
Vantagens
“Cooperativismo, o melhor caminho para o desenvolvimento sustentável” foi o tema apresentado pelo presidente da OCB, integrando a programação do ciclo relacionado ao II Prêmio Abag de Jornalismo. Por não conhecimento dos números oficiais atualizados, Márcio Lopes de Freitas se baseou nos resultados do censo de 1996, projetados para 2008, para demonstrar que os produtores rurais vinculados a cooperativas têm renda média anual de R$ 26.783,00, bem maior que a média dos não vinculados, de R$ 6.433,00.
“No montante, isso mostra que o cooperativismo propicia receita diferencial de R$ 6,6 bilhões aos produtores rurais. Cada vez mais, as cooperativas se preocupam com a agregação de valor, o que resultará em mais benefícios aos cooperados”, disse.
Em sua explanação, Freitas ressaltou que a agropecuária é um dos setores mais fortes do Sistema Cooperativista Brasileiro, que conta hoje com 7.682 cooperativas, atuantes em 13 ramos de atividades econômicas, reunindo um total de 7,8 milhões de cooperados e 255 mil empregados. Além disso, o Sistema registra um faturamento de R$ 84,9 bilhões e responde por 6,4% do PIB brasileiro.
Outros setores
O presidente da OCB ressaltou que outros ramos vêm se destacando e citou como exemplo o cooperativismo de crédito rural que, no auge da crise internacional, ampliou em 22% a oferta de recursos, enquanto os bancos comerciais se retraíam.
O Ramo Turismo também foi citado por Freitas como um setor relativamente novo no cooperativismo, mas que está se fortalecendo. “São pessoas que se unem e investem em pousadas e na promoção de viagens, obtendo custo menor, repassado isso para os turistas”, comenta.
Reflexos da crise
Ao falar sobre a crise financeira internacional, enfatizou que os reflexos só não foram maiores para o País graças ao agronegócio e ao cooperativismo. “Mesmo assim, alguns gargalos afetam o setor como, por exemplo, o impacto da legislação ambiental, que causa incerteza e insegurança às vésperas do plantio da nova safra de grãos, ressalta”. O problema logístico, da falta de infraestrutura, principalmente nas estradas, a necessidade de fundos garantidores para o acesso ao crédito rural, seguro de renda e a irrealidade e instabilidade da taxa de câmbio foram outros pontos citados por Márcio Lopes de Freitas em sua palestra. (Com informações da Carol)