OCB e Embrapa iniciam nova série de capacitações

Brasília (21/3/19) – O tema agricultura conservacionista e fertilidade do solo abriu a série de módulos programados na capacitação Embrapa e Sistema OCB na cadeia produtiva de cereais de inverno. O primeiro módulo terminou hoje. Neste ano, participam 17 cooperativas totalizando 40 profissionais que atuam em departamentos técnicos nos estados do RS, SC e PR.

O engenheiro agrônomo José Henrique Seko integra a equipe da Cocamar, com sede em Maringá, PR, e, junto com mais quatro colegas, percorreu 800 km até à Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, para participar da 5ª edição da capacitação. Ele mostrou grande expectativa quanto a oportunidade de aperfeiçoamento técnico: “os colegas que já fizeram o curso recomendaram aproveitar ao máximo o conhecimento dos pesquisadores e esclarecer todas as dúvidas, principalmente sobre trigo. Depois voltamos para a correria do plantio e acabamos isolados para resolver sozinhos os problemas que aparecem. Precisamos estar bem preparados para prestar a melhor assessoria ao produtor”.

Participam da edição deste ano as cooperativas Cooperante, Cocamar, Coamo, Camnpal, Cotriel, Coopatrigo, Coasa, Cotapel, Cotripal, Coagril, Cotribá, Coopermil, Cotrisal, Cotricampo, Cotrijal, CCGL, Auriverde, além da Fecoagro/SC e do Senar.

 

RECONHECIMENTO AO PRODUTOR

Na noite de 19 de março, um jantar contou com a palestra do produtor Humberto Falcão apresentando a experiência da família com agricultura conservacionista. A propriedade de 149 hectares em Sarandi, RS, serviu de base para uma nova forma de dimensionar e projetar terraços nas lavouras, a tecnologia “Terraços for Windows”, desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa e validada na Fazenda Sementes Falcão pela Embrapa Trigo e a Emater/RS.

De acordo com o produtor Humberto Falcão, os terraços tradicionais, de base larga em desnível, requeriam canais escoadouros, que se transformavam em voçorocas e roubavam considerável área propícia ao cultivo. A partir do método de “Terraços for Windows”, toda a propriedade foi sistematizada para uniformidade de cobertura do solo e calculados o espaçamento e o tamanho de terraços a serem estabelecidos em nível.

Este trabalho foi consolidado em 1997, resultando na construção de 5 km de terraços. “Os terraços foram projetados para suportar 130 mm de chuva em 24 horas, volume que pode acontecer nos anos mais chuvosos aqui na região”, conta Humberto Falcão, lembrando que houve um ano em que choveu 400 mm em seis dias e os terraços suportaram o grande volume de água sem qualquer vazamento.

No longo prazo, o planejamento dos 570 hectares de lavouras apresentou resultados surpreendentes: em cinco anos, a economia de fertilizantes ultrapassou a R$ 1 milhão, sem considerar a economia de mão-de-obra e de combustível; foram cinco safras de soja e três safras de com cereais de inverno somente com reposição de nitrogênio e 11 anos sem calagem; a média de rendimentos nas últimas safras foi de 80 sacos/hectare de trigo e 63 sacos/hectare de soja.

“Estamos sempre fazendo adaptações nas máquinas e nas próprias técnicas de agricultura de precisão, como diferentes profundidades da amostragem do solo, já que não seguimos mais a tabela oficial de adubação”, explica a engenheira agrônoma Fernanda Falcão, concluindo que “não nos interessa bater recordes de produtividade, mas garantir a máxima rentabilidade. Isso não se consegue de um ano para outro, mas no planejamento a longo prazo”.

Ao final, o produtor Humberto Falcão recebeu uma homenagem da Embrapa Trigo pela contribuição à agricultura brasileira, como reconhecimento pelo esforço da família em aplicar e difundir os fundamentos da agricultura conservacionista. Veja aqui a programação do primeiro módulo da capacitação Embrapa e Sistema OCB na cadeia produtiva de cereais de inverno. (Fonte: Embrapa Trigo)

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