OCB e DGRV fomentam cooperativismo em Moçambique
Representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV) vão à Moçambique nas próximas semanas para um intercâmbio de experiências e conhecimentos, com o objetivo de estruturar o cooperativismo local. Vítima de uma guerra civil violenta, o país africano teve o seu desenvolvimento cooperativo totalmente devastado. Em reunião na manhã desta quarta-feira (21/9) na sede da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), representantes das instituições discutiram detalhes do projeto de cooperação internacional que envolve Brasil, Alemanha e Moçambique.
Denominado Projeto OCB/DGRV Trilateral, a iniciativa é uma parceria entre duas grandes instituições promotoras do cooperativismo no mundo: a ABC (ligada ao Ministério das Relações Exteriores), e a GeZ, entidade de cooperação e desenvolvimento na Alemanha. De acordo com o gerente de Relacionamento e Desenvolvimento do Cooperativismo de Crédito da OCB, Silvio Giusti, “a ideia é juntar a expertise da DGRV e o conhecimento do cooperativismo de crédito brasileiro, por meio da OCB, para tentar estruturar o cooperativismo em Moçambique”. Giusti explica que, neste primeiro momento, os trabalhos serão voltados mais especificamente para o cooperativismo de crédito, que tem seu berço internacional na Alemanha e é foco dos trabalhos da DGRV.
Giusti detalha que está previsto para o projeto um orçamento na ordem de 600 mil euros e que prazos, metas e indicadores ainda estão sendo estabelecidos. “O objetivo da reunião que tivemos hoje na sede da ABC foi justamente delinear algumas dessas ações essenciais para definir a assinatura do projeto”, declarou.
O representante da DGRV no Brasil e responsável pelas atividades de cooperação com Moçambique, Mathias Knoch, destacou que os motivos pelos quais a OCB foi escolhida para atuar neste projeto foram, entre outros, a longa parceria entre as duas instituições (DGRV e OCB trabalham juntas desde 1996) e também as similaridades, culturais e de idioma, entre o Brasil e Moçambique. “O Brasil possui muitas características culturais oriundas dos países africanos. Além disso, é muito mais fácil deslocar um grupo de brasileiros para lá do que investir um tempo enorme para que uma equipe de alemães aprendesse o idioma”, relatou.
Segundo Knoch, o projeto de cooperação internacional em Moçambique prevê, entre os resultados iniciais, a estruturação de uma entidade de representação política e institucional do cooperativismo no país, a exemplo da OCB no Brasil além da constituição de uma cooperativa de crédito. “A ideia é que, em um ano ou dois, tenhamos uma organização do cooperativismo moçambicano estabelecida, atuando, e também uma primeira cooperativa de crédito, funcionando e atingindo a sustentabilidade”, detalhou.
Confira mais detalhes sobre a participação da OCB neste projeto na entrevista do assessor estratégico da instituição, Maurício Landi, integrante da comitiva que viaja à Moçambique nas próximas semanas. Clique aqui para ouvir.