OCB e BNDES discutem forma de agilizar crédito para cooperativas
A liberação de R$ 700 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de capital de giro às cooperativas agropecuárias, conforme solicitação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), poderá ser decidida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda nesta semana. O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, tem reunião hoje à tarde (27/1) com representantes do BNDES para tratar de regulamentação da liberação dos recursos, de modo a agilizar o acesso pelas cooperativas.
Segundo Freitas, que falou no início da tarde sobre o tema com a âncora Ana Amélia, do Canal Rural, os R$ 700 milhões vão “aliviar a tensão” do setor, pois vai ajudar no processo de comercialização da safra. “Mas esse volume ainda é insuficiente para o setor produtivo. Estamos trabalhando para a liberação do restante dos recursos, cerca de R$ 1,3 milhão, que serão usados para capital de giro e outras aplicações, como a capitalização das cooperativas”, disse o presidente da OCB.
Ele acredita, porém, que a operacionalização desses recursos a ser tratada diretamente com o BNDES está mais isenta de burocracia. “O produtor depende de recursos para comercialização da safra, que não espera, pois não há tempo na agricultura para a morosidade burocrática”, argumentou Freitas, ao assinalar que com o apoio do BNDES a expectativa é de liberação dos recursos até a primeira quinzena de fevereiro.
O presidente da OCB disse ainda que a instituição negocia recursos para integralizar cotas-partes pelos associados às cooperativas por meio do Procap-Agro, diante da escassez total de crédito.
Com a crise internacional houve uma evasão imediata das “tradings” e bancos internacionais, enquanto o crédito oficial por meio do Banco do Brasil ficou aquém da necessidade do setor, ou seja, 27,3% da necessidade do setor, explicou.
Para que essa situação não se repita, Freitas propõe uma nova regulamentação que possibilite fluir crédito mais rápido para a agricultura brasileira. “O setor tem dado a resposta que a sociedade espera e a produção de alimentos é fundamental para a sustentabilidade do País”, assinalou.
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