OCB/CE lança Programa de Autogestão
OCB/CE lança Programa de Autogestão
Mais de 50 pessoas, entre dirigentes, cooperados e representantes de instituições parceiras, lotaram o auditório do Sistema OCB-Sescoop/CE, na última terça-feira (28/3) para participar do lançamento do Programa Autogestão 2006. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, proferiu palestra na abertura do evento, ao lado do presidente da OCB/CE, João Nicédio Alves Nogueira e do presidente da OCESE/SESCOOP/SE, José Milton de Almeida.
Márcio Freitas aproveitou para fazer um resgate histórico, relembrando o período em que se elaborava a constituição de 1988, quando foram incluídos seis artigos que versavam sobre o cooperativismo. “Ali se definiu a questão da autogestão, quando ficou proibida a influência externa nas cooperativas”, explicou referindo-se ao antigo modelo que permitia intervenção de instituições governamentais na gestão cooperativista. Para o presidente da OCB, a definição do processo de autogestão deve ser construída de acordo com a realidade de cada estado. “Não existe modelo único, não é receita de bolo”, declarou.
A gestão da OCB Nacional, que tem como base a missão e a visão da instituição, buscando se espelhar na realidade brasileira foi um dos pontos abordados na palestra. Foram apresentados também dados referentes ao crescimento do número de cooperativas, com destaque para a eficiência da autogestão no combate às falsas entidades.
A evolução profissional do cooperativismo brasileiro, com pessoas mais capacitadas e o aumento das exportações das cooperativas receberam forte impulso, de acordo com o presidente, a partir do ano 2000, com a atuação do Sescoop, criado em 1998. A variação das exportações entre o ano 2000 e 2005 foi de 197%. “As exportações não são apenas de produtos agrícolas, mas de serviços também”, disse citando o caso da Serco (Cooperativa de Serviços e Engenharia), situada em São José dos Campos (SP). A cooperativa é formada por ex-funcionários da Embraer e de empresas de tecnologia da região, que prestam serviços ao mercado aeronáutico, inclusive no exterior. Na Europa, foram inauguradas duas filiais, a Serco Eurobrás, situada ao norte da Espanha, e a Breservice, em Toulouse, na França, responsável pelos contatos comerciais.
Para dar maior credibilidade, o presidente sugeriu a utilização dos números apontados por instituições governamentais isentas para que a sociedade possa perceber a representatividade do sistema cooperativista no Brasil. “Insisto que trabalhemos com números de governo, de instituições isentas”, falou.
Após apresentar os dados gerais do cooperativismo, o presidente da OCB chamou a atenção para a importância da autogestão como forma de obter bons resultados, mas destacando que não existe uma fórmula única. De acordo com ele, o essencial é seguir as quatro tendências do cooperativismo contemporâneo, que são a profissionalização da gestão, educação cooperativista, formação de redes de intercooperação e responsabilidade social. “Quem faz programa de desenvolvimento são as cooperativas que se organizam e criam padrões de desenvolvimento. O que a OCB pode fazer é definir as bandeiras, os eixos básicos para o Programa Autogestão”. (Fonte: OCB/CE)