OCB/AM busca parceria com a Embrapa para produção de fibras

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Para superar as perdas na produção de cooperados do interior do maior estado brasileiro em razão da falta de tecnologia e equipamentos adequados, a Organização das Cooperativas Brasileiras no estado do Amazonas (OCB/AM) abraçou um grande desafio: desenvolver, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pesquisas aplicadas às atividades econômicas de cooperativas agroextrativistas para o desenvolvimento de tecnologias que aprimorem o processo de colheita de juta e malva na região.

Em reunião na sede da OCB/AM, o chefe-geral da Embrapa, Luiz Marcelo Brum Rossi, sinalizou que esse trabalho para melhorias da produção de juta e malva pode ser realizado por técnicos da Embrapa Amazônia Ocidental, que já atuam na região, principalmente com as culturas de guaraná, dendê, frutas e hortaliças. “Estamos pensando, inclusive, em uma possível parceria com outras unidades da Embrapa e com a Unicamp (Universidade Federal de Campinas – SP)”, relatou.

A presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiros, explica que o objetivo das pesquisas é garantir, em primeiro lugar, segurança aos trabalhadores no processo de extração das fibras e, consequentemente, agregar mais valor ao produto das cooperativas. “A falta de tecnologias e equipamentos apropriados ocasiona perdas na produção da cooperativa, e representam riscos à qualidade de vida dos produtores. Estamos otimistas com as melhorias que serão alcançadas. Serão geradas mais oportunidades aos produtores e jovens do interior do Amazonas”, declarou Eliana. Com uma produção de aproximadamente R$ 4 milhões por safra, a Coomapem é um dos grandes agentes impulsionador da economia amazonense.

A iniciativa conta também com o apoio da unidade nacional da OCB, responsável pela articulação política para que as melhorias aconteçam. “Estamos empenhados em apoiar essa causa e buscar apoio junto à Câmara Setorial de Fibras (do Ministério da Agricultura), para atender às necessidades do cooperativismo no Amazonas”, afirmou o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Agregando valor
De acordo com o presidente da OCB/AM, Petrúcio Magalhães, o trabalho para otimizar a produção de fibras inclui, ainda, a introdução do curauá na entressafra da juta e malva, em áreas de terra firme. “A fibra extraída de suas folhas é muito resistente, macia, leve e reciclável, permitindo composições para diversos usos na indústria”, explica.

Atualmente, as fibras do curauá, da juta e da malva são cotadas para diversos fins, como por exemplo, substituir a fibra de vidro em peças automobilísticas e como composto de vigas resistentes a terremotos. “Muitas cooperativas de cafeicultores da região Sul do país usam sacarias de juta para embalar sua produção. Nossa perspectiva é que elas possam investir no processo de confecção dessas embalagens no Amazonas e comprar o produto direto de cooperativas daqui”, finaliza Petrúcio.

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