Mercado de carbono promete ser um investimento rentável para cooperativas

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Créditos de carbono e aterros sanitários. A junção dessas duas oportunidades de negócio aparentemente distintas pode gerar um mercado promissor para a Cooperativa Mista dos Recicladores de Plástico de Guarabira (Comreplast). “A proposta e o conhecimento nós já temos, resta agora procurar a parceria com a prefeitura”, disse o presidente da Comreplast, Ailton da Silva Fernandes, ao final do workshop regional do Programa de Inserção Sustentável das Cooperativas no Mercado de Carbono. Ele explicou que os gases de aterro, altamente danosos e provocadores do efeito estufa, podem ter grande rendimento em créditos de carbono, se tratados corretamente.

O workshop Regional Centro-Oeste/Norte/Nordeste, que prevê a  elaboração de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), é  uma iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). O evento aconteceu na sede da OCB, em Brasília (DF). 

Em São Gabriel do Oeste (MS), a preocupação com a emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs), começou há três anos quando a Cooperativa Agropecuária São Gabriel do Oeste (Cooasgo) contratou a  empresa canadense Agcert que instalou os biodigestores nas granjas de suínos da cooperativa. "Os biodigestores trouxeram a solução para o problema ambiental, além de produzir o biogás que gera energia nas propriedades e da produção de biofertilizante a partir da correta decomposição dos dejetos", explica João Almeida.

Segundo ele, o projeto apresentado pela OCB e pelo Sescoop é importante, pois poderá beneficiar ainda mais os produtores tendo em vista que a empresa ganha 90% dos valores totais que os créditos geram. “A intenção é dobrar os abates diários da cooperativa, que hoje chegam a 1.200 por dia. Nesse sentido, podemos estudar a proposta que conhecemos hoje e investir em um novo projeto”, diz Almeida.

O contrato de parceria entre cooperativa e a empresa tem validade de dez anos e neste período os produtores receberão, a título de arrendamento, 10% dos Certificados de Emissão Reduzidas (CERs) – unidade referente aos créditos de carbono.

Para o assessor técnico da Organização das Cooperativas do Estado de Goiás (OCB/GO), Everton Delazeri, o workshop encerra um importante ciclo. “No ano passado, os representantes conheceram o assunto, que para muitos era novo. Depois fomos chamados para se aprofundar no tema em um evento que aconteceu no dia 16 de julho. E esse evento trouxe os dirigentes das cooperativas que vão colocar o projeto em prática”, finalizou o técnico. 

Nos próximos dias 27 e 28 o mesmo evento acontecerá na Região Sul, na sede da Ocepar,  e nos dias 9 e 10 de setembro será a vez da Região Sudeste, na qual a Ocesp sedia.


 

 

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