Lideranças do agronegócio e governo discutem comercialização e armazenamento do milho
A negociação de contrato futuro e de opções de milho na BM&FBOVESPA e o comportamento do mercado interno e externo foram temas debatidos na 9º reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo. O diretor de agronegócio e Energia da BMF&BOVESPA, Ivan Wedekin, apresentou um novo modelo de negociação de milho, chamado contrato futuro de liquidação financeira.
Um dos benefícios do novo modelo é a redução do risco de base, mitigação dos problemas tributários, valorizando os mercados regionais e aumentando a eficiência de hedge pela fixação do preço regional. A reunião aconteceu na última quinta-feira (11/3), em Brasília (DF).
Segundo Wedekin, no período de 2009, das 51 milhões de toneladas de milho produzidas no Brasil, aproximadamente 16,7% foram negociadas na Bolsa. Atualmente, o maior volume de contratos em aberto negociados na BM&FBOVESPA são de milho, que ultrapassou os volumes de contratos de soja, de café e boi gordo, historicamente, os que apresentavam a maior liquidez em termos de negociação nos mercados futuros.
Paulo Cesar Dias do Nascimento Junior, especialista da Gerência de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), participou das discussões e destacou que o armazenamento de grãos foi outro assunto tratado. “O elevado número de estoques físicos de propriedade do governo federal, armazenados nas principais regiões produtoras do país, tem restringido a capacidade de armazenagem de grãos e oleaginosas colhidos nessa safra nos estados brasileiros”, explicou Nascimento Junior.
Por sua vez, o coordenador geral de cereais e culturas anuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sílvio Farnese, disse que o Mapa tem concentrado esforços na operacionalização do escoamento dos produtos para outras regiões, inclusive para exportação.
O coordenador informou que o setor aguarda uma Portaria do Tesouro Nacional que prevê a liberação de recursos para equalização de preços e escoamento da produção de milho. O assunto está sendo discutido pelos ministérios do Planejamento, Fazenda e Agricultura.
Farnese apresentou os números das operações de apoio do Governo Federal à comercialização de milho na safra 2008/09, representando 29,5% do total da safra de milho produzida no país. “Apenas no estado do Mato Grosso foram equalizados, via recursos oficiais para comercialização, 85,8% de toda a produção de milho no estado”, enfatizou o coordenador.
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