Lideranças definem os rumos do cooperativismo no Pará
Belém (28/11/16) – Em 11 anos de encontros, as mudanças são evidentes. O cooperativismo não é mais um sonho. É a realidade expressa na competitividade e autonomia das cooperativas que já operam no mercado com ampla abrangência em vários ramos da economia. Apesar disso, os desafios ainda são enormes. Todos eles foram discutidos, em conjunto, no 11º Encontro de Lideranças do Cooperativismo paraense, que ocorreu nos dias 25 e 26 de novembro, no hotel Princesa Louçã. Estiveram presentes 116 representantes de cooperativas de todo o Estado.
No evento, que foi uma realização do Sistema OCB/PA, foi apresentado os dados preliminares do diagnóstico do cooperativismo paraense. Também foi feita a apresentação da área finalística com os dados das ações desenvolvidas ao longo de 2016 até outubro, como uma forma de prestar contas para as cooperativas que arrecadam para o sistema. Em 2016, foram investidos R$ 767 mil nelas. Houve um corte de gastos internos da faixa de 56% que possibilitou a aplicação aprimorada desses recursos. No próximo ano, o investimento nas cooperativas será de 2 milhões e 200mil.
O Pará representa 43% do total das cooperativas da Região Norte, 41% dos cooperados e 39% dos empregados. Com o diagnóstico, Integrado com o planejamento estratégico nacional, a OCB-PA projeta uma evolução qualitativa das cooperativas, com 260 cooperativas, 230 mil cooperados e 13 mil empregados até 2025.
FORMAÇÃO – “Para 2017, projetamos um investimento canalizado especialmente na área de formação profissional, de acordo com orientações do nosso Conselho de Administração. Quando conseguimos desenvolver mais ações nas cooperativas, percebemos o retorno qualitativo em desenvolvimento, geração de emprego e renda e em negócios que a cooperativa começa a fazer”, afirma o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.
PROMOÇÃO – Na área de promoção social, as ações obtiveram um grau de evolução de 4% na área de formação profissional. Ainda estão programadas mais de 52 ações até o final do ano. Este número apenas não foi mais expressivo pelo cancelamento de mais de 60 ações por algum motivo dentro das cooperativas. Esses números fariam com que o aumento fosse de 16%. Em relação ao número de cooperativas atendidas, o aumento foi de 39%, mesmo com atendimentos feitos somente às cooperativas adimplentes por determinação do conselho de administração.
MONITORAMENTO – Em relação ao número de pessoas beneficiadas, o aumento foi de 40% a mais do que no ano passado, isso com números preliminares. Na área de monitoramento, foi apresentado um panorama geral do que foi desenvolvido nas 124 cooperativas em que se aplicou o PAGC e PDGC.
“Fizemos essa aplicação e apresentação do cenário para que as cooperativas entendam a importância do monitoramento que é base para se ter um plano de ações em relação à capacitação e ao desenvolvimento social. Cada uma das três áreas, Monitoramento, formação profissional, e promoção social, é importante. Elas são transversais, trabalham interligadas. É importante se desenvolver nesse tripé da área de finalística”, afirma o Analista de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB/PA, Diego Andrade.
INTERCOOPERAÇÃO – O Encontro de Lideranças também é uma oportunidade para promover o envolvimento das cooperativas com amplo potencial para se desenvolverem novos negócios. A Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açú (Camta), por exemplo, já participou de todas as edições.
“É um evento sempre muito produtivo. Trocamos informações com várias lideranças. Só conseguiremos alavancar o Brasil quando as cooperativas estiverem organizadas, com uma assistência técnica de acompanhamento, financiamento, ter uma assessoria, volume, qualidade e constância de comercialização, que é exigência do consumidor. O propósito do evento é justamente possibilitar essa complementação entre as cooperativas”, afirma o presidente da Camta, Michinory Konogano.
Já para o presidente da Central das Cooperativas de Transporte do Pará (Cencopa), Izaque Alves, o principal ponto positivo do Encontro é a ampliação da aprendizagem. “É uma janela de conhecimento que se abre para conversarmos e nos atualizarmos sobre as tendências de mercado. A partir disto, temos as estatísticas corretas para avaliarmos onde precisamos melhorar. Quando trabalhamos com dados, com a certeza do que estamos fazendo, do que temos que fazer, temos um ganho muito grade. É dentro da crise que precisamos nos reinventar. É quando os bons administradores encontram novas oportunidades que foi o tema do encontro”.
PARTICIPAÇÃO – O evento teve a participação de várias entidades governamentais e representantes parlamentares do Estado como a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o assessor parlamentar do Deputado Eduardo Costa, Neto Medeiros. A Conab fez uma reunião com cooperativas Agropecuárias para o alinhamento de procedimentos para uma negociação futura. Já a Sedeme ministrou palestra sobre as políticas de incentivos fiscais e financeiros no Pará.
“Temos amadurecido as nossas conversas com o governo e a sua relação com as cooperativas. Falta apenas o que temos reiterado constantemente com as cooperativas da necessidade de organização do produtor. Agora com o nosso diagnostico, vamos subsidiar o Governo com as informações necessárias e divulgar o potencial que temos. Esse é o caminho para o futuro”, explica o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol. (Fonte: Sistema OCB/PA)