Koslovski entrega a Paulo Bernardo documento sobre a crise
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, esteve na manhã desta sexta-feira (17/10), na sede do Sistema Ocepar-Sescoop/PR, quando foi recebido pelo presidente da entidade, João Paulo Koslovski. Como o próprio ministro disse, "foi apenas uma visita de rotina com o objetivo de checar as principais questões de interesse do cooperativismo paranaense e que por ventura dependam de alguma ação do governo federal".
Além de tratar de outros assuntos, Koslovski aproveitou o encontro para entregar ao ministro um documento que pontua os principais problemas decorrentes da crise financeira internacional e que ameaça o agronegócio brasileiro, especialmente com falta de crédito. Neste mesmo documento o presidente do Sistema Ocepar-Sescoop/PR destaca o que precisa ser feito para amenizar os efeitos da crise no setor.
Medidas - O ministro disse que a crise financeira preocupa o governo. "Temos plena consciência que esta crise ameaça deixar o setor produtivo sem crédito. Temos conversado muito com o ministro Stephanes, como o ministro Mantega, com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para que adotem medidas no sentido de evitar isso. Entre as medidas que desejamos é que, primeiro, haja garantias de que não falte crédito condizente com as necessidades do setor do agronegócio, que o governo atenda o setor exportador também. Resolução emitida pelo Banco Central obriga que os empréstimos feitos em moeda estrangeira sejam direcionados para abastecer os exportadores. Enfim, precisamos acompanhar de perto e nos reunir com lideranças como o presidente da Ocepar para checar o que está acontecendo na prática", lembrou.
Em relação aos recursos necessários para o setor produtivo, Paulo Bernardo diz que devido a crise de confiança nos mercados, os bancos diminuíram os prazos e aumentaram suas taxas. "Nós temos que atuar para reverter este processo, garantir taxas adequadas e prazos compatíveis. Creio que as medidas adotadas pelo BC estão surtindo efeitos imediatos, agora precisamos ficar atentos, pois esta crise está numa fase radical, muito aguda com desdobramentos até 2010, mas não vai ser deste jeito que está. Iremos continuar dialogando com o setor produtivo para avançar".
Investimentos - Sobre a preocupação das cooperativas paranaenses em relação aos projetos já aprovados de investimentos e em execução e possível falta de recursos, o ministro tranqüiliza: "Estes investimentos vão continuar. A orientação do presidente Lula é clara para que o BNDES continue financiando o setor. Sabemos que a demanda por crédito no banco aumentou muito neste ano, ele fechará o exercício com mais de R$ 80 bilhões de créditos desembolsados para o setor produtivo, provavelmente precisaremos injetar mais recursos para suprir as possíveis necessidades, já colocamos R$ 17 bilhões. Não é por falta de crédito é que o setor produtivo deixará de fazer investimentos. A estratégia do governo é retardar e minimizar os efeitos da crise no Brasil e que sejamos, se possível, o último País a entrar nela e o primeiro a sair", salientou o ministro.
Crédito consignado - Paulo Bernardo disse que essas reuniões na Ocepar são produtivas e muitas das reivindicações do sistema cooperativista têm sido atendidas pelo governo. "Um pedido recente da Ocepar, - lembrou o ministro -, foi a questão da liberação das operações das cooperativas no crédito consignado. Isto foi resolvido através de um decreto assinado pelo presidente Lula que atendeu mais esta reivindicação da Ocepar", lembrou.
Na opinião do presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski o cooperativismo paranaense tem no ministro Paulo Bernardo, assim como no ministro Reinhold Stephanes importantes aliados na defesa dos interesses do setor junto ao governo e ao presidente Lula.
Coonagro - O ministro aproveitou para elogiar a iniciativa da Ocepar e das 21 cooperativas, que decidiram atender o chamamento do governo, através do ministro Stephanes (da Agricultura), e criar o Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário (Coonagro) para aquisição de matéria prima para produção de fertilizantes.
"Dá um poder de fogo maior às cooperativas, começa a equilibrar este jogo difícil que é a produção de insumos para agricultura, não sou do ramo, mas pelo que entendo é que existe um setor dominado por três ou quatro grupos multinacionais e que regulam o preço em função do andamento do mercado, se as coisas estão muito bem eles aumentam os preços a revelia, na crise eles diminuem. O Coonagro vem numa boa hora e abre uma opção a mais para os agricultores. Temos conversado com as lideranças cooperativistas de que forma o governo pode ajudar mais, talvez com a entrada da Petrobrás no aumento da produção para viabilizar este projeto das cooperativas. Este consórcio mostra mais uma vez a competência a capacidade de articulação e a sabedoria do sistema cooperativista aqui no Paraná", friso"