Jovens aprendizes querem investir no cooperativismo

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Brasília (8/05) – Embora muito jovens, os alunos do Programa Aprendiz Cooperativo já sabem muito bem o que querem para a vida profissional: ser empreendedores. E para quem imaginou que eles estão pensando na velha fórmula do próprio negócio está enganado. O que eles querem mesmo é enveredar pelo caminho do cooperativismo, modalidade econômica e social que prima pelo empreendedorismo coletivo a partir da união de força de trabalho.

Essa é a visão dos 40 alunos que concluem a quarta turma do Aprendiz Cooperativo do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Pará (Sescoop-PA) em Belém. Em maio, eles começam a fase prática nas cooperativas.

Em geral, a maioria está concluindo o ensino médio. Alguns já cursam graduação, como é o caso de Marcelly Santos, de 18 anos. Ela está no primeiro ano de Administração e sabe diferenciar muito bem o que aprendeu tanto no campo pessoal como no profissional. “Aprendi a ser mais responsável e que não se pode trabalhar nem viver sozinho. O cooperativismo é apaixonante. Antes de participar do programa nem imaginava que um sistema que prima pela ética e participação coletiva pudesse existir. Isso muda muito a nossa maneira de pensar e ver o mundo”, afirma.


Stefani Carvalho, de 17 anos, está no 3ª ano do ensino médio. Ela diz que aprendeu a ser mais responsável e mais seletiva até para amigos. “Percebi que até ficamos mais seletivas com as amizades, que tem pessoas que não são tão legais e fazem coisas que podem nos prejudicar. Nem me refiro a coisas perigosas, mas certas atitudes que podem ter consequências ruins”, pondera a adolescente.


Outra aprendiz, Luana de Souza, também de 18 anos, que está concluindo o curso profissionalizante de Secretariado já está organizando uma cooperativa de reciclagem. Ela conta que a ideia surgiu quando participaram de um encontro de jovens cooperativistas em dezembro passado em Manaus. “Vimos que muitos jovens atuam no cooperativismo e que não é uma coisa impossível para nós. Éramos os únicos aprendizes a participar do evento e vimos uma oportunidade de negócio e crescimento. Ainda estamos na primeira fase, que é de estruturação, regularização, mas em breve, estaremos colocando a mão na massa”, adiantou Luana.

No Brasil, a cultura cooperativista é mais forte nas regiões Sul e Sudeste, onde estão localizadas as principais cooperativas brasileiras, a exemplo da Aurora e Batavo. No Pará, existem cerca de 300 cooperativas ativas, que geram renda para cerca de 120 mil pessoas de maneira direta e indireta, sendo o ramo agropecuário o mais volumoso, com 70% das cooperativas. (Assimp Sistema OCB/AM)

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