Indústria de insumos será avalista dos produtores rurais

A indústria de insumos vai participar do processo de refinanciamento das dívidas dos agricultores. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, esteve reunido nesta quarta-feira, em São Paulo, com representantes da Câmara Setorial de Insumos Agrícolas e obteve da indústria o compromisso de participar do refinanciamento das dívidas no papel de avalista do produtor rural. O presidente da Ocesp, Evaristo Machado Netto, participou da reunião representando a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

A indústria também vai arcar com parte do custo do refinanciamento na proporção de 5% da taxa de juros. "A reunião foi positiva e ficou muito clara a boa vontade das empresas em contornar esse momento de crise. Agora eu volto para Brasília para encontrar um meio de operacionalizar essa parceria", disse o ministro.

O presidente da Ocesp considerou um sinal positivo a disposição da indústria em participar do refinanciamento agrícola. "Ainda não sabemos como operacionalizar o sistema, mas eu penso que o governo estava esperando um sinal mais forte da indústria para regulamentar o refinanciamento e fazer com que o dinheiro chegue às mãos do produtor. Este sinal foi dado na reunião de hoje", avaliou.
A participação das indústrias no refinanciamento das dívidas vai cobrir os R$ 1 bilhão já liberados pelo Banco do Brasil e também a verba adicional de R$ 3 bilhões que será distribuída pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a partir de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). No total serão R$ 4 bilhões para renegociar o endividamento por um prazo de dois anos.

Segundo o presidente da Câmara Setorial de Insumos Agrícolas, e também da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Cristiano Simon, "a indústria tem interesse em receber os pagamentos do produtor rural e de manter o fornecimento para as próximas safras. Daí a disposição do setor em bancar esses 5% para que o produtor tenha condições de pagar e não fique inadimplente". Segundo Simon, haverá retração no setor na próxima safra com pequena redução de área e queda no uso de tecnologia, entre 5% e 10% em relação à safra anterior.

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