Emergentes serão os motores do crescimento econômico mundial, mas não estão imunes à crise, diz Loyola

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Os países emergentes, como China, Índia e Brasil, serão os motores do crescimento econômico mundial no curto prazo, mas não estão imunes aos efeitos da crise mundial. A avaliação foi feita pelo ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola durante o Forum Interativo Que Câmbio Queremos?, realizado nesta quinta-feira (2/12), em Brasília, na sede a OCB. Diretor da Tendências Consultoria Integrada, Loyola disse que a perspectiva de crescimento da economia mundial em 2011 é de 3,7%.
 
Segundo ele, o Brasil tem se mostrado mais “resistente” aos efeitos da crise mundial, mas ainda há riscos que precisam ser observados, como a expansão do gasto público, o que ameaça a responsabilidade fiscal. “Os primeiros sinais do governo da presidente eleita são positivos no sentido de uma virada na política fiscal”, avaliou Loyola.
 
Numa análise sobre o cenário internacional, ele afirmou que a economia mundial está em recuperação após a forte crise financeira de 2008, mas ainda há riscos de aumento do protecionismo e de recrudescimento da guerra cambial. Segundo Loyola, os países desenvolvidos podem recorrer a programas de ajuste fiscal o que comprometeria o crescimento econômico no curto prazo.
 
Há ainda, afirmou o ex-presidente do BC, uma “grave desconfiança” sobre o sistema bancário europeu que não teria passado por um “teste de estresse” como ocorreu nos Estados Unidos há dois anos. Além disso, um eventual "default" de um país europeu teria impacto significativo sobre a economia mundial. 
 
“É um quadro delicado. Alguns países não têm mais munição para gastar. Os europeus não têm condição de expandir suas políticas fiscais. Países como Grécia, Portugal e Espanha estão adotando medidas de ajuste fiscal para ter acesso a recursos multilaterais, o que permite a arrolagem das suas dívidas. Por outro lado, isso significa jogar essas economias ainda mais para baixo, porque evidentemente a política fiscal vai agir no sentido contracionista. E isso gera tensões do ponto de vista político.”

 

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