Embrapa estimula a participação de cooperativas no Censo do Cooperativismo de Leite
Para responder ao questionário, basta procurar a unidade da OCB no estado
Brasília (19/5) – As cooperativas de leite são importantes atores responsáveis pela produção, processamento e distribuição do alimento e seus derivados no Brasil e no mundo. A Fonterra, por exemplo, referência na produção e comercialização de lácteos, é uma cooperativa da Nova Zelândia cuja atuação repercute no preço do leite em escala global. No Brasil, o cooperativismo do leite permite que o pequeno se insira no mercado, cada vez mais exigente e competitivo, dando a ele possibilidade de crescer, gerando trabalho e renda. Sua importância, assim, suplanta o aspecto econômico e atinge o social, por permitir a inserção de pequenos produtores nesta importante cadeia de valor.
O sucesso do cooperativismo depende de políticas públicas e privadas que visem o posicionamento do setor frente ao ambiente e aos seus concorrentes. Para isso, é necessário o conhecimento do setor, seus números, seus agentes sociais. Mas, o que é o cooperativismo do leite? Qual sua importância na cadeia de lácteos e no país?
No ano de 2002 foi feito um amplo levantamento sobre a realidade das cooperativas de leite do país, o Censo do Cooperativismo de Leite. Esta importante iniciativa da Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios (CBCL), da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), possibilitou conhecer em profundidade este setor com seus números, seus desafios e suas oportunidades.
As informações levantadas permitiram a construção e implementação do Plano de Desenvolvimento Estratégico para o Cooperativismo de Leite, visando a retomada de sua participação no mercado de lácteos. Naquele ano as cooperativas, com seus 150 mil filiados, contribuíram com 40% do leite captado do Brasil. Passados 16 anos, após a entrada de novos agentes de peso, fusões e aquisições no setor, há uma grande expectativa em saber, por exemplo, o número de produtores, se a participação no PIB aumentou ou não, qual o número de cooperativas e cooperados que vivem da atividade, dentre outras questões.
Na época do primeiro censo, o estado de Minas Gerais possuía o maior número de cooperativas, mais de 100. Mas o Rio Grande do Sul exibia o maior contingente de cooperados entre as unidades de federação: mais de 55 mil. Em média, cada cooperado entregava 95 litros de leite por dia à sua cooperativa. Esta escala de produção se mantém após estes anos? Na atualidade, a proposta do novo censo é, ainda, confirmar se houve alteração neste quadro, quais os gargalos e necessidades.
CENSO – Para responder a estas e a outras questões relacionadas ao cooperativismo do leite a OCB e a Embrapa lançaram a nova edição do Censo do Cooperativismo de Leite. Por isso, questionários estão sendo enviados a todo o país para que se possa tirar a fotografia atualizada deste importante setor da cadeia de lácteos, da agricultura familiar e do agronegócio brasileiro. A atenção de cada cooperativa ao responder ao questionário é primordial neste esforço. Para a Embrapa, a participação de cada cooperado é fundamental para compreender a realidade dessa atividade econômica e, também para contribuir com a transformação do setor.
Para participar, as cooperativas podem procurar a unidade da OCB em seu estado, ou clicar aqui.
Para Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, está na hora de o Brasil obter uma fotografia atual do presente para iniciar o planejamento do futuro do setor leiteiro e o cooperativismo é um dos meios para que um planejamento de longo prazo seja viabilizado.
RESULTADO – Na primeira edição do Censo, os cinco estados responsáveis pela maior produtividade era a seguinte:
- GOIÁS: No estado goiano, as cooperativas empregavam 444 funcionários e possuíam 9.621 afiliados. Captaram 1,3 milhão de litros por dia, 14% do total estadual, abaixo dos 40% médios observados no Brasil.
- MINAS GERAIS: As cooperativas mineiras geravam 5.907 postos de trabalho e possuíam 36.868 cooperados. Juntas, eram responsáveis pela captação de 7,8 milhões de litros por dia, 53% do total estadual, acima dos 40% médios observados no Brasil.
- PARANÁ: No estado, 1.198 pessoas trabalhavam em cooperativas, cujo número de filiados ultrapassava a casa dos 12,6 mil. Elas captavam 2,25 milhões de litros por dia. Este volume era 47% do total estadual, acima dos 40% médios observados no Brasil.
- RIO GRANDE DO SUL: As cooperativas gaúchas empregavam 2.563 funcionários e possuíam 55.987 afiliados. Captaram 3,3 milhões de litros por dia, 74% do total estadual, acima dos 40% médios observados no Brasil.
- SANTA CATARINA: No estado catarinense as cooperativas empregavam 1.198 funcionários e possuíam 12.647 afiliados. Juntas, eram responsáveis pela captação de 2,3 milhões de litros por dia, 46% do total estadual, acima dos 40% médios observados no Brasil. (Fonte: Embrapa Gado de Leite)