Dia Mundial do Leite: OCB participa de evento comemorativo

O Sistema OCB participou de evento, nesta quarta-feira (1º), em comemoração ao Dia Mundial do Leite, promovido pela cooperativa Frimesa, pelo Sistema Ocepar e pelo Presente Rural. O encontro, em formato híbrido (presencial e virtual) foi realizado na cidade de Marechal Cândido Rondon (PR) e contou com a presença do coordenador da Câmara Setorial do Leite da OCB, Vicente Nogueira Netto.

O presidente da Frimesa, Valter Vanzella, abriu os trabalhos reforçando a importância das cooperativas de leite no desenvolvimento do Paraná. “Começamos pequenos. Nosso crescimento tem sido gradativo e temos muito mais a expandir. Fomos os primeiros a colocar o leite na caixinha, o que foi fundamental para que comercializar a bebida nos grandes centros de consumo. Antes disso o leite durava apenas três dias”, descreveu.

Ainda segundo ele, os dados comprovam a força da cooperativa atualmente. “Para se ter uma ideia, em 1980 produzíamos 60 mil litros/dia e, em 2021, foram 850 mil litros/dia. Antes o produtor Além disso, nos últimos anos tomamos posições importantes: somos a terceira maior indústria de lácteos do Paraná e a 12ª do Brasil. Nossa missão é prover alimentos de valor para as pessoas e queremos continuar crescendo cada vez mais”, completou.

Vicente Nogueira apresentou palestra com o tema Reflexões Sobre o Mercado de Leite. De acordo com o coordenador, é importante dar mais espaço para a ciência e menos para o "achismo"; distribuir melhor a renda dos brasileiros e elaborar políticas de convivência com os excedentes de produção. “Precisamos de mais cooperativas de leite no Brasil, pois elas têm esta vocação para coordenar a relação como os produtores, especialmente, na questão da escassez e de excedentes. A atividade já passou por diversas fases e percebemos que, com o cooperativismo, ela é contínua, com um olhar adiante”, defendeu.

Para ele, a garantia de um futuro melhor para a atividade leiteira passa, fundamentalmente, pela ciência, a exemplo do que a Embrapa vem realizando com investimentos em tecnologia e inovação. “Por outro lado, nossa população é grande e precisa ter poder de compra para consumir mais. Durante a pandemia, por exemplo, com a ajuda dos auxílios, a população consumiu cerca de 8% a mais de leite longa vida. Então, há mais mercado a ser explorado”, acrescentou.

Produção nacional

Vicente Nogueira também apresentou percentuais da produção nas diferentes regiões brasileiras, que analisaram dados entre as décadas de 1990 e 2020. “Na década de 90, o Sudeste representava 47,8% da produção e, em 2020, somou 34,3%; A região Sul saltou de 22,5% para 34%. No Nordeste a mudança foi menor, de 14,1% para 13,9%; o Centro-Oeste manteve os 11,7% e a região Norte saltou de 3% para 6% da produção nacional. Neste período, o Brasil foi de 3,3 bilhões de litros de leite, em 1990, para 12,1 bilhões, em 2020”.

O coordenador ponderou ainda que os índices do Centro-Oeste tendem a crescer, em especial, no norte do Mato Grosso. “O estado vende muçarela para São Paulo, o que me faz acreditar que a atividade leiteira cresce aonde o relevo é mais movimentado, onde a agricultura não chega com tanta força e o custo da terra não fica tão alto”, observou.

Brasil x Mundo

Vicente Nogueira demonstrou que dez países são responsáveis por 58% da produção mundial de leite de vaca. O Brasil ocupa a terceira posição, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, seguido por China, Alemanha, Rússia, França, Paquistão, Nova Zelândia e Turquia.

O consumo per capta de leite no Brasil ainda é baixo comparado a outros continentes, com pouco mais de 160 litros por habitantes/ano. A Oceania consome mais de 300 litros por habitantes/ano; os EUA, 250; e a Ásia e África até 120.

A comemoração contou também com palestra do Secretário de Agricultura do Estado, Norberto Ortigara sobre a Importância do Status Sanitário das Propriedades Leiteiras do Paraná. E Leite 4.0: Desafios e Oportunidades foi o tema apresentado pelo pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins.

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