Delegação angolana quer conhecer mais sobre o coop agro e cursos do Sistema OCB

A Casa do Cooperativismo recebeu uma delegação angolana, nesta quarta-feira (26), para conhecer melhor a participação das cooperativas brasileiras na produção agropecuária nacional e as contribuições dos cursos e formações ofertados pelo Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) para o desenvolvimento e profissionalização dos negócios das coops do setor. O grupo, que é liderado pelo governo do país africano, pretende realizar diversos encontros bilaterais e visitar a feira Agrishow, em Ribeirão Preto. 

O cooperativismo brasileiro já interagiu com o angolano em algumas oportunidades, como quando o Brasil recebeu, por meio da Organização Cooperativista dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), representantes da Confederação Nacional de Associação de Camponeses (Unaca), em 2014. Em outra oportunidade, por intermédio da Organização das Nações Unidas (ONU), o movimento angolano participou de workshops internacionais nos quais o Brasil estava presente.

A cooperação se adaptou as limitações do período da pandemia. A pedido do Banco Central do Brasil, em 2022, foi facilitada a cooperação à distância entre dirigentes da brasileira COOPERFORTE e funcionários do Banco Central de Angola, o que resultou na fundação, em janeiro deste ano, de uma cooperativa de crédito na modelagem da CooperForte entre os funcionários do banco angolano.

Integraram a comitiva o presidente da Associação Agropecuária de Angola e agricultor, Wanderley Ribeiro; e o representante da Associação Agropecuária de Angola, João Saraiva. A entidade representa os empresários rurais do país africano e equivale à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A instituição, ainda modesta, contribui com apenas 0,03% do PIB Angolano, mas, por outro lado, emprega 37% da população.

“Angola tem uma responsabilidade muito grande no continente Africano, com disponibilidade de áreas para produção que não estão sendo exploradas. Observamos aqui muitas lições sobre estruturação do sistema, profissionalização, mecanismos de investimentos e de apoio. Nosso governo aprovou recentemente dois programas estruturais para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária com montantes de US$ 5 milhões e US$ 300 milhões, respectivamente. Esta nossa visita é uma forma de nos prepararmos melhor e articular nossas parcerias para a execução destes programas. Saímos daqui convencidos de que encontramos o parceiro certo”, afirmou Wanderley Ribeiro.

O Banco de Desenvolvimento de Angola foi representado por Carla Barros e Bonifácio Sessa. O órgão governamental foi criado em 2006 e equivale ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de projetos de infraestrutura, desenvolvimento de tecnologias e importação de alimentos para o país.

Estiveram presentes também o diretor-geral do Gabinete de Estudos e Estatística do Ministério da Agricultura e Florestas da República de Angola, Anderson Gerónimo e a representante do Ministério da Economia e Planejamento, Elizabeth Antônio.

Coop na Angola: o país se tornou membro da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em 2017, junto com Fiji, Gana e Marrocos e é representado na entidade pela Cooperativa de Crédito para os Funcionários da Presidência (COOCREFP), criada em 2014. O cooperativismo angolano conta ainda com representantes de órgãos do governo, com o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), e da sociedade civil, com a Confederação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agropecuárias da Angola (Unaca).

De acordo com relatório da Campanha Agrícola 2019/2020, país reúne 1.096 cooperativas, sendo a maior concentração na província de Bié. Apenas 24% das coops estão alinhadas com a jurisdição do país, ou seja, estão em situação legal.

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