Dívida rural é discutida pela OCB e representantes da Frencoop

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Representantes de entidades ligadas à agricultura, entre eles da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), participaram, nesta quarta-feira (26/8), da audiência pública para debater o endividamento do setor agrícola brasileiro. A sessão foi promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural em atendimento ao pleito do deputado Luis Carlos Heinze, integrante da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Segundo ele, o governo sabe que a última negociação da dívida rural (MP 432/08, convertida na Lei 11.775/08) não atingiu o objetivo esperado.

Heinze, que foi relator da MP, disse que tentou dar condições para que os produtores rurais pudessem pagar suas contas, já inchadas pelos extorsivos juros bancários, multas e taxas, mas esbarrou na insensibilidade da área econômica do governo federal. Segundo ele, um dos principais problemas são as dívidas contratadas a partir de 2003. “Nesse período o setor sofreu com várias intempéries que afetaram a produção e também teve prejuízos devido a queda acentuada nos preços dos produtos e no aumento dos insumos”, explica.

O especialista em Mercados da OCB, Gustavo Prado, que representou o presidente da Organização, Márcio Lopes de Freitas, na audiência, apresentou os pontos que afetam as cooperativas e de que forma elas estão atuando frente ao endividamento. Segundo ele, em 2007 a dívida rural passava de R$ 100 bilhões e, embora as cooperativas representem 38% da produção agropecuária, tem uma participação da ordem de 20% na dívida, ou seja, R$ 20 bilhões.


”As cooperativas possuem eficácia e eficiência econômica e social. Neste cenário crítico, foram capazes de fugir de sua finalidade para serem financiadoras de seus associados”, pontuou o especialista, que finalizou a apresentação da OCB dizendo que “precisamos de bom senso do governo para superarmos as ameaças e pontos fracos e aproveitarmos os pontos fortes e as oportunidades no momento de crise para a formulação de políticas públicas que resolvam o passivo financeiro da agricultura e sustentem seu crescimento”. 

Próximos passos - Os parlamentares da bancada do agronegócio iniciam na próxima semana nova rodada de negociações com o governo e os bancos para tratar do assunto. Segundo Heinze, o setor vai buscar um novo acordo com condições para todos os produtores pagarem suas operações.

"Se não houver pressão, não haverá solução. Precisamos do apoio da base produtiva para solucionar os problemas apresentados", afirmou o deputado da Frencoop. Para o senador Gilberto Göellner, que também integra a Frente, "nem o fundo garantidor resolve mais. Precisamos de renda", disse. (Com informações a Agência Câmara)

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