Cooperativistas se reúnem com o presidente Lula

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(Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e outros representantes do cooperativismo brasileiro foram recebidos hoje (02/10) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em audiência realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). O objetivo era tratar de temas de interesse do setor, com foco nas reivindicações do Ramo Crédito.

No início da reunião, o presidente do Sistema OCB ressaltou o espaço conquistado pelo cooperativismo de crédito no País, que conta hoje com 1441 cooperativas, 3,9 mil pontos de atendimento e 3,6 milhões de associados. Freitas lembrou que tais conquistas são decorrentes também do apoio e atendimento do governo federal às causas cooperativistas. “Nós, como representantes do setor, temos um bom trânsito com o governo, o que tem contribuído diretamente para esses resultados”, disse. Ele citou avanços como o Plano de Segurança para as cooperativas de crédito, o incremento adicional de 2,5% das folhas de pagamento do segmento para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e as negociações para uma regulamentação legal do crédito cooperativo no País, já aprovada na Câmara dos Deputados e atualmente em tramitação no Senado Federal. 

Durante a audiência, falou-se sobre pontos como a necessidade do repasse de recursos para a continuidade do Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito (Procapcred) e o credenciamento das cooperativas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) como agentes financeiros, o que lhes permitiria a disponibilização do crédito sem a necessidade de outros intermediários. Na pauta, também estavam assuntos como o adequado tratamento para as cooperativas de capital e empréstimo, autorização para que as cooperativas possam repassar ou pagar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e o acesso direto destas aos recursos públicos para programas oficiais do governo.

O encontro foi ainda uma oportunidade para tratar do Programa de capitalização das cooperativas agropecuárias (ProcapAgro), paralelo à abertura de crédito para as exportações do setor cooperativista, em especial para as cooperativas agropecuárias. “O ideal seria um total de R$ 2 bilhões. A idéia é que esta seja uma linha contínua de crédito. Não podemos correr o risco de uma interrupção nas exportações brasileiras e, conseqüentemente, do setor”, disse Márcio Lopes de Freitas. Segundo ele, o presidente Lula tem a mesma opinião sobre o assunto. “Lula disse ainda que é desejo do governo que as cooperativas continuem crescendo”, comentou Freitas.

O presidente do Sistema OCB se mostra otimista com o resultado da audiência e os encaminhamentos apontados por Luiz Inácio Lula da Silva, tanto diretamente ao cooperativismo quanto ao País como um todo. “O presidente garantiu, por exemplo, que não haverá falta de crédito para a produção de alimentos. Falou claramente que está tomando todas as medidas para que a crise internacional não gere efeitos sobre a agricultura, especialmente sobre o cooperativismo. Ele disse ainda que não faltará crédito para o custeio da próxima safra e que a linha de financiamento para habitação rural será mantida”, disse Márcio Lopes. “Ainda não se tem certeza dos efeitos da crise americana, mas, durante a audiência, o governo brasileiro mostrou-se seguro e preparado para lidar e mitigar esses reflexos”, complementou. Outro ponto abordado durante a reunião foi a desoneração sobre o Fundo Garantidor das cooperativas. 

Estiverem presentes, além do presidente do Sistema OCB, o secretário executivo da Presidência da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, o superintendente da OCB, Luís Tadeu Prudente Santos, e representantes do Conselho Especializado de Crédito da OCB (Ceco/OCB), Denise Damian, Marco Aurélio Almada, João Carlos Spenthof e Jesu Teodoro. Luiz Possamai e Valdemar de Oliveira, da Ancosol, Cláudio Risson, da Confesol, também faziam parte do grupo de cooperativistas. Do governo, também participaram Silas Brasileiro, Márcio Portocarrero e Gerardo Fontelles, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gilson Bittencourt, do Ministério da Fazenda, e Lécio Lima, da Casa Civil.   

 

 

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