Cooperativistas propõem Frente Parlamentar do Trigo

O presidente Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, João Paulo Koslovski, (Ocepar) apresentou ontem, em Brasília, uma proposta para a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Triticultura Brasileira, durante audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A audiência foi solicitada pelo deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR) e teve como objetivo debater o momento difícil pelo qual passa a triticultura nacional. A proposta de Koslovski é fortalecer a produção interna do cereal. “Não podemos ficar à mercê dos moinhos, que podem utilizar os estoques públicos do governo e mecanismos para a importação (do trigo)”, disse o representante das cooperativas paranaenses.
Informações levantadas pela Ocepar mostram que o Brasil gasta quase um bilhão de dólares com a importação do cereal. O representante do Paraná, estado que produz cerca de 60% do trigo brasileiro, disse ainda que, sem o apoio do Congresso, os produtores não têm força de negociação. “Precisamos rediscutir a política de importação de trigo. Sozinho o setor primário não tem força para discutir isso com o Ministério da Agricultura. Precisamos do apoio da Comissão (de Agricultura). A idéia de Koslovski é estabelecer cotas de importação para dar vazão ao trigo do País. A entrada de trigo de outros países prejudica os nossos produtores”, completou o presidente durante a audiência pública realizada na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados em Brasília.
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a triticultura tem registrado quedas de produção anualmente. Em 1987, o Brasil colheu 6 milhões de toneladas de trigo. Dez anos depois, a colheita foi de apenas 2,2 milhões de toneladas. Apenas na região Sul, a produtividade de trigo das lavouras na região Sul manteve a média de 2 mil quilos por hectare nos últimos anos.

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