Cooperativistas participam de debates sobre importação de leite em pó

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Discutir a quantidade máxima de leite em pó uruguaio que deve ser importada pelo Brasil, para que a produção nacional não seja prejudicada. Com esse objetivo, a Subcomissão do Leite da Câmara dos Deputados promoverá nesta terça-feira (30/08), em Brasília (DF), uma reunião para tratar do assunto, e o setor cooperativista participará dos debates. As discussões também contarão com a presença dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, além de outros representantes do setor privado lácteo e dos próprios parlamentares integrantes da subcomissão.

A ideia, segundo o analista de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Gustavo Beduschi, é definir o teto e apresentar a proposta ao Uruguai para, então, iniciar efetivamente o processo de negociação. “Essa mobilização faz parte de um acordo comercial entre os setores privados brasileiro e argentino, e brasileiro e uruguaio, com a anuência dos respectivos governos, que, nesse caso, participam como observadores. Nossa intenção é não prejudicar a produção no Brasil com a importação do produto originário de outros lugares”, diz Beduschi.

O acordo, como explica o analista da OCB, teve início em 2009, em função da crise financeira mundial, o que levou a um desaquecimento da demanda. “Com isso, 9.7 mil toneladas de leite em pó argentino entraram no Brasil, ocasionando um desequilíbrio do mercado interno. Esse foi o motivo que nos levou a estabelecer o teto de importação. Fechamos esse acordo com a Argentina, em abril de 2009, e já o renovamos uma vez. Hoje, permanece ainda o valor estabelecido até 30 abril de 2011, de 3.300 mil toneladas, até que fechemos um novo acordo. Estamos em processo de negociação”, comenta.

Produção brasileira - Enquanto isso, a produção de leite no Brasil continua crescendo, conforme indica levantamento feito pela Gerência de Desenvolvimento de Ramos e Mercados da OCB, com base em dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na média dos últimos 20 anos, o crescimento anual foi de praticamente 5%, fazendo com que a produção dobrasse nesse período, passando de 14,5 bilhões de litros em 1990 para 29 bilhões em 2009. Hoje, o Brasil ocupa a sexta posição entres os maiores produtores mundiais de leite, ficando atrás apenas dos países da União Europeia, Estados Unidos, Índia, China e Rússia, aparecendo antes da Nova Zelândia, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Sobre o preço pago ao produtor, o valor praticado atualmente para a média Brasil é de R$ 0,8650 por litro de leite, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiros (Cepea/Esalq). Ele está acima do máximo contabilizado em 2010, de R$ 0,8300 em valores deflacionados, que, até então, correspondia a maior elevação de preços observada na série desde 2000. 
 

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