Cooperativistas entregam documento com reivindicações à Comissão de Agricultura

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Cooperativistas entregam documento com reivindicações à Comissão de Agricultura

Presidentes das 27 Organizações Estaduais de Cooperativas (OCEs) e representantes dos ramos do cooperativismo,  em conjunto com técnicos da OCB entregaram, nesta quarta-feira (15/3), ao presidente da Comissão de Agricultura ,Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural – CAPADR, Ronaldo Caiado (PFL/GO), na Câmara dos Deputados, em Brasília, um documento, solicitando ações  emergencias que possibilitem amenizar a crise que atinge produtores rurais e suas cooperativas.

O documento aponta dois pontos principais: o primeiro aborda a negociação das dívidas do Crédito Rural das últimas safras e das dívidas antigas, como Pesa, Securitização e Recoop, em função da grande perda de renda do produtor devido à crise na produção em alguns estados, ao comportamento do dólar frente ao real e aos preços pagos aos produtores terem sido inferiores ao custo de produção. Já o segundo ponto trata da reivindicação imediata para a liberação de crédito suplementar de R$ 2,2 bilhões, aumentando os recursos essenciais às Operações Oficiais de Crédito Rural (2OC), que apóiam a produção, a comercialização e a formação de estoques dos produtos agropecuários.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, compôs a mesa com a vice-presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), deputada Kátia Abreu (PFL/TO), o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, e o presidente da Comissão, deputado Ronaldo Caiado (PFL/GO). Freitas colocou em pauta temas importantes como: o endividamento do setor rural; as freqüentes invasões em propriedades e empresas de pesquisas por membros do Movimento Sem Terra e Via Campesina; os altos custos de produção agropecuária; e a “falta de sensibilidade da área econômica do governo às questões do setor”.

O deputado Federal, Ronaldo Caiado, disse: “se houver avanço no fortalecimento do Cooperativismo e na criação da Agência do Agronegócio, poderemos, sim, dar mais força ao setor rural”.

Márcio Freitas destacou que a evasão de renda do campo e a escassez de recursos para a produção agropecuária são fatores que penalizam o setor. “Precisamos trabalhar na liberação de recursos para a comercialização imediatamente”, enfatiza. Freitas disse também que o escoamento da safra já começou e se não houver recursos para “lubrificar a máquina de comercialização”, os preços dos produtos agrícolas poderão cair ainda mais.

Ivan Wedekin, representando o Ministério da Agricultura, explicou aos parlamentares que a área econômica do governo está resistente às propostas apresentadas pela Agricultura. “Conseguimos avançar um pouco no apoio à comercialização. Em 2005, o orçamento definiu verba de R$ 270 milhões. Conseguimos fechar o ano com uma aplicação de R$ 1,3 bilhões, graças a emendas feitas pelos parlamentares. Estamos, este ano, novamente negociando recursos da ordem de R$ 2 bilhões para apoiar a comercialização. Entretanto, só temos garantidos R$ 650 milhões”.

O Secretário do Ministério da Agricultura fez, ainda, uma análise de outros três tópicos. Quanto ao endividamento, referente à safra 2004/2005 e 2005/2006, o secretário adiantou que o Ministério da Fazenda autorizou a prorrogação das parcelas que vencem em março e abril deste ano, por mais 60 dias.

Sobre as dívidas de Securitização e Pesa, o secretário alertou que a Fazenda “não aceita discutir o assunto”, e que as decisões deverão ser tomadas no âmbito do legislativo. Wedekin também comentou sobre a MP do Bem da Agricultura, a qual tem um rol de 15 itens, que estão sendo negociados pelo Ministério da Agricultura junto à área econômica do governo, entre elas, a redução de PIS/COFINS e de tarifas de importação para insumos agrícolas e, ainda, a redução da taxa de juros do crédito agrícola. “Essas são medidas estruturais e não conjunturais para recuperar a competitividade do agronegócio”, explicou.

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