Cooperativismo: ferramenta de desenvolvimento econômico e social
Grupo de vencedores do Prêmio de Redação do programa Cooperjovem conhecem o berço do cooperativismo brasileiro
Brasília (17/12) – Um mergulho profundo nos âmbitos teórico e prático do cooperativismo. O movimento que engloba cerca de 25% da população brasileira, acaba de mostrar seu valor a mais 31 pessoas. O que este grupo tem de especial? Ele é composto por alunos vencedores da nona edição do Prêmio Nacional de Redação do Programa Cooperjovem, seus pais, professores orientadores, representantes de cooperativas parceiras, das escolas e das unidades estaduais campeãs.
Após a cerimônia de premiação, que ocorreu na última segunda-feira, dia 14, em Brasília, o grupo embarcou para uma viagem que os conduziu ao berço do cooperativismo brasileiro: a pequena cidade de Nova Petrópolis, encravada na região das serras do Rio Grande do Sul. Foi lá que, em 28 de dezembro de 1902, foi fundado, pelo padre suíço Theodor Amstad, o modelo cooperativo que deu origem ao Sistema de Crédito Cooperativo que se propagou pelo país inteiro.
A viagem faz parte da premiação concurso de redação que, neste ano, recebeu 16.173 textos. Os trabalhos passaram por três fases de avaliação: na escola, na unidade estadual e no Sescoop Nacional. Foram classificadas como finalistas 41 redações. O programa é uma iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), desde 2007, e envolve quase 100 mil alunos e 411 escolas; conta com o apoio de 79 cooperativas em 13 estados do país. (Leia mais sobre a cerimônia de premiação ocorrida na segunda-feira, 14/12)
AGRADECIMENTO – O presidente do Sistema Ocergs, Vergilio Perius, fez questão de recepcionar os participantes da comitiva, oriundos dos estados de São Paulo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba e de parabeniza-los.
“Gostaria de parabenizar os estudantes que pesquisaram, aprenderam e escreveram sobre o nosso modelo de negócios. Acreditamos que a educação pode existir sem o cooperativismo, mas o contrário não ocorre. Por isso, é tão importante vermos este trabalho sendo realizado. Parabéns ao Sistema OCB pela iniciativa e, de maneira muito especial, aos professores e escolas. Vocês são elos importantíssimos no desenvolvimento da nossa sociedade”, comenta o presidente Vergilio Perius.
Após conhecer o trabalho de representação do cooperativismo, desenvolvido pelo Sistema OCB, em Brasília, no âmbito dos Três Poderes, o grupo conheceu alguns pontos turísticos da Capital Federal, incluindo a Praça dos Três Poderes, a Catedral Rainha da Paz e o Congresso Nacional.
TEORIA E PRÁTICA – Mesmo com a terça-feira nublada e com o friozinho típico da região, para o mês de dezembro, o grupo levantou cedo, em Porto Alegre (RS), para seguir, entusiasmado a Nova Petrópolis. A primeira parada foi na sede do Sicredi Pioneira, que carrega o título de cooperativa do Ramo Crédito mais antiga do país, com 113 anos de atividade.
O vice-presidente do Sicredi Pioneira, Mário José Konzen, acompanhou o grupo em um roteiro histórico pela cidade, que incluiu uma visita ao museu da cooperativa. Lá foi possível conhecer a história da cooperativa, bem como sua trajetória até os dias de hoje. Em alguns pontos, os fatos relatados se confundiam com a história do próprio cooperativismo. “Cooperar, como dizia o Padre Theodor Amstad, é o ato de pessoas se juntarem para remover pedras ao longo do caminho”, comenta a liderança.
O grupo seguiu, depois, ao Colégio Frederico Michaelsen, onde funciona uma cooperativa formada exclusivamente por alunos, a Cooperfred. Lá, os vencedores da nona edição do Prêmio Nacional de Redação do Programa Cooperjovem puderam ver como os jovens se organizam para conciliar as atividades escolares (em um turno) e da cooperativa (no turno contrário).
A mesma coisa ocorreu na Cooperativa Escolar Bom Pastor (Coobompa). O grupo foi recebido por dois alunos cooperados que explicaram a operacionalidade da cooperativa e como conseguem aplicar as disciplinas da escola em seu dia-a-dia como trabalhadores. Eles disseram que ao elaborar atas trabalham o conteúdo de português. O mesmo ocorre quando fazem a contabilidade, entradas e saídas, formação de preço e negociam a produção. Nessa hora, a matemática mostra sua aplicabilidade.
EDUCAÇÃO CONTINUADA - De volta a Porto Alegre, já na reta final da viagem, o grupo pode conhecer as instalações da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), sendo recebidos pelo presidente do Sistema Ocergs, Vergilio Perius, pelo diretor geral da Escoop, Derli Schimidt, e pela analista técnica de Promoção Social do Sescoop/RS, Ubiracy Barbosa Ávila.
A Escoop tem por objetivo disseminar os princípios do cooperativismo e proporcionar um amplo conhecimento a respeito da ética, dos valores e dos princípios do setor. Criada há quatro anos, a Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop) está sediada no Centro de Formação Profissional Cooperativista do Sescoop/RS. Com uma biblioteca com mais de 7,5 mil exemplares, a Escoop já obteve nota máxima do Ministério da Educação. O presidente do Sistema Ocergs, Vergilio Perius, afirma que a avaliação do MEC é um sinal muito claro de que a instituição está no caminho certo. Atualmente, a biblioteca da instituição de ensino possui 7.565 exemplares, com ênfase maior no segmento cooperativo, mas há também obras de administração, contabilidade, agricultura e literatura.
DEPOIMENTOS
APRENDIZADO - “Quando eu fiz o trabalho junto aos alunos, pensei apenas em discutir o tema deste ano que é muito legal. Mas hoje, depois de alguns dias respirando o cooperativismo, me dei conta de que não imaginava o quanto este movimento econômico é grande. Por isso, acho que é fundamental que a sociedade conheça mais o cooperativismo. Agora sei trabalhar o assunto com propriedade. Aprendi como o setor é maravilhoso e como ele pode ser grande e marcante na vida das pessoas”. Vera Dias – professora orientadora – Rio Grande do Norte
CONHECIMENTO - “É incrível como valeu a pena estar aqui. Aprendi demais sobre o cooperativismo e seus valores. Consegui ter novas ideias para novos textos. Quem sabe, não esteja aqui no ano que vem novamente? Afinal, levaremos toda essa cultura para a vida. Para mim, a parte mais marcante foi conhecer a Escoop, uma faculdade todinha voltada ao cooperativismo. Também foi muito legal conhecer um pouco mais sobre os treze ramos”. Mônica Amaral Noveli – estudante vencedora – categoria II