Cooperativismo está em festa em Nova Petrópolis
Mais de mil pessoas celebraram o cooperativismo em evento que aconteceu na Linha Imperial em Nova Petrópolis, neste sábado pela manhã. O motivo da comemoração foi o título que a cidade recebeu de Capital Nacional do Cooperativismo, concedida por três esferas municipal, estadual e, virtualmente, federal. O evento começou com celebração ecumênica feita pelo bispo da diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, que reforçou a importância da união entre os povos.
O anfitrião do evento e presidente da Sicredi Pioneira RS, Édio Spier, abriu a solenidade de comemoração relembrando a história e apontando a importância da iniciativa do padre Amstad naquela ocasião. “Ele visitava as famílias de casa em casa e incentivava as mulheres a participarem mais da comunidade. Foi por mérito que o padre conseguiu criar a primeira cooperativa de crédito na América Latina”.
Com a presença de quatro deputados - Luis Carlos Heinze, Pepe Vargas, Rui Pauletti e Giovani Cherini - do prefeito da cidade Luiz Irineu Schenkel, além de outras autoridades, a manhã foi repleta de homenagens. A equipe da Sicredi Pioneira RS, por meio do seu presidente Édio Spier, deu boas vindas aos que compareceram. O evento foi um presente da cooperativa para a comunidade.
Logo após a cerimônia ecumênica que aconteceu na Igreja São Lourenço Mártir, os presentes fizeram a inauguração do Monumento ao padre Amstad com as peças originais no interior da igreja, re-inauguração do Monumento na Praça e a Inauguração do Museu Padre Amstad, local onde foi a terceira sede da primeira cooperativa de crédito da América Latina.
A cidade que é o berço do cooperativismo de crédito da América Latina começou a desenvolver este movimento há 107 anos por iniciativa do padre Theodor Amstad. Para que Nova Petrópolis ganhasse este título, em 2007, por iniciativa do então vereador Jorge Lüdke, começou os primeiros passos para que esta realidade hoje acontecesse. “Plantamos uma semente; ela cresceu e ficou forte. Hoje torcemos para que os dirigentes desta cooperativa tenham inspiração para seguir com o trabalho”, disse Lüdke.
O segundo passo para que o título da cidade se tornasse a Capital Nacional do Cooperativismo, veio por meio do deputado estadual Giovani Gherini. “Sou um sonhador. Sonho um dia que a nossa pátria seja cooperativista, e aqui tem uma cidade que é um exemplo para o País quando se trata deste tema”, ressaltou o parlamentar.
Para chancelar o título, o deputado federal Pepe Vargas criou a lei propondo que a cidade fosse reconhecida em instância federal. “Esta cidade se projeta mantendo esta história e a sua identidade. Tenho a certeza que a lei será aprovada no Senado, pois o cooperativismo é uma ação de instrumento comum, e é fundamental para criar um País mais justo. Esse movimento é muito importante para caminharmos rumo a este objetivo”.
Já o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergílio Frederico Périus, disse: “este título ninguém tira de Nova Petrópolis, pois ele é de fato desta cidade desde 1902, quando de forma empreendedora o padre Amstad Theodor começou este movimento”.
O deputado federal Luis Carlos Heinze apontou que o dia é de “relembrar este movimento que está vivo na cidade. O Sicredi é um modelo de cooperativismo de sucesso”.
Anfitrião da cidade, o prefeito Luiz Irineu Schenkel, reforçou a fé que moveu a união das pessoas em 1902 por meio do padre Theodor Amstad, e está presente até hoje. “O sistema cooperativista se deu porque ela foi alicerçada em Deus. Um por todos e todos por um é o que faz a diferença no trabalho e na vida de cada um e o Sicredi é um exemplo de trabalho sério e de crescimento”, completou.
Logo após as inaugurações, o almoço festivo foi embalado pelo show de Raul Quiroga e Americanto Música Tradicionalista, no salão paroquial da comunidade.
Um pouco de história-A casa paroquial localizada ao lado da Igreja São Lourenço Mártir foi construída no inicio do século XX e seu primeiro ocupante foi o padre Amstad, entre 1905 e 1908. E junto à igreja, está o túmulo com os restos mortais do padre Amstad, encerrados em uma urna, que foi transladada do cemitério dos padres Jesuítas de São Leopoldo (RS), em 1988, por ocasião do cinqüentenário de seu falecimento.
O Monumento ao Padre Amstad, erguido na praça com mesmo nome, foi inaugurado em 1942, quatro anos após a sua morte, o que comprova o reconhecimento e grandiosidade de sua obra. Esse monumento teve as suas placas de bronze replicadas em resina de poliéster com fibras de vidro pelo artista plástico Marciano Schmitz. Asi réplicas foram confeccionadas com material sem valor comercial por motivo de segurança. Todas as peças originas estão no monumento instalado no interior da Igreja. (Fonte: Sicredi Pioneira)
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