Cooperativismo de Transporte inicia missão de estudos na Argentina
Missão realizada pela OCB que conta com representantes de cooperativas e unidades estaduais pretende reforçar o relacionamento comercial entre países
Brasília (18/7/16) – Representantes do cooperativismo de transporte iniciaram hoje, na Argentina, os contatos com as organizações cooperativistas, diplomáticas, comerciais e governamentais no país vizinho. As reuniões fazem parte de uma missão técnica de prospecção de mercados e de identificação de boas práticas, realizada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A Argentina é um dos principais clientes e destino das cooperativas brasileiras, bem como Paraguai, Uruguai e Chile.
A visita é uma das estratégias do movimento cooperativista de ampliação dos acordos comerciais e, também, da melhoria da gestão das cooperativas, com base em iniciativas inovadoras a serem observadas pelos brasileiros. O país paraguaio, por exemplo, foi visitado no ano passado por uma comitiva formada por representantes de cooperativas de transporte e de unidades do Sistema OCB e a expectativa é de que, no ano que vem, os clientes chilenos sejam os próximos a serem contatados.
Segundo o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, a entidade está empenhada em apoiar as cooperativas brasileiras em sua inserção em mercados. “Para isso, a Unidade Nacional, em parceria com as unidades estaduais, organiza missões comerciais e de benchmarking, como parte das atividades de promoção internacional do cooperativismo brasileiro”, explica a liderança cooperativista.
NÚMEROS DO BRASIL – Com uma frota de mais de 30 mil caminhões, caminhonetes e carretas, o cooperativismo de transporte brasileiro, movimenta aproximadamente 430 milhões de toneladas de cargas, anualmente. Já as cooperativas de passageiros, com uma frota de 46 mil veículos, transportam anualmente 2 bilhões de pessoas.
CRESCIMENTO – Essa pujança tem feito o cooperativismo de transporte transbordar as fronteiras do país. Atualmente 44 cooperativas brasileiras estão habilitadas ao transporte de cargas à Argentina. A missão de negócios terá o objetivo também de colaborar para o crescimento dos negócios com parceiros comerciais no país vizinho, cujo mercado tem acesso diferenciado às exportações brasileiras, graças ao Mercosul.
Atravessando um momento de mudanças políticas importantes, a nação argentina, principal parceira econômica do Brasil, é também o principal fornecedor de insumos às cooperativas brasileiras. Para se ter uma ideia disso, em 2015, as exportações do país ao Brasil chegaram a US$ 240 milhões. A OCB trabalha para que o transporte de tais exportações passe a ser feito com uma maior participação de cooperativas brasileiras.
PROGRAMAÇÃO – Em parceria com a Embaixada do Brasil em Buenos Aires, a delegação formada por 29 dirigentes se encontrou com o presidente do Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social (INAES), Marcelo Collomb, com a Comissão Nacional de Regulação do Transporte e com a Federação Argentina de Empresas de Transporte Automotivo de Cargas, principal organização representativa do setor. O INAES é o responsável pelo registro, cadastro, auditoria, monitoramento e fiscalização das cooperativas na Argentina. Já a CNRT é órgão do governo argentino responsável pelo licenciamento de transportadoras de cargas.
Amanhã, o grupo liderado pelo Representante Nacional do Ramo Transporte, Abel Paré, visitará a Confederação Nacional das Cooperativas Agropecuárias, principal organização representativa do setor cooperativista no país, e a Câmara de Comércio Argentino Brasileira. Na quarta-feira o grupo fará visitas em Rosário e terminará a missão em Sunchales, capital nacional do cooperativismo argentino.
SOBRE A ARGETINA – Com um PIB de aproximadamente US$ 500 milhões, a Argentina é a segunda maior economia da América do Sul e vigésima segunda do planeta. O país tem no Brasil o seu principal parceiro econômico, com o qual também mantém uma forte relação cultural.
Com uma fronteira de 1.224 km divididas entre dois países, Brasil e Uruguai, a Argentina é o principal destino das exportações brasileiras feitas por modal rodoviário. Segundo a Associação Brasileira de Transporte Internacional, em 2013, 20 mil caminhões carregados cruzaram a fronteira dos dois países, em Uruguaiana.
É também a segunda maior economia da América do Sul e uma das vinte maiores do mundo. Possui recursos naturais abundantes e um setor agrícola orientado para a exportação, além de uma base industrial relativamente diversificada.
O país é membro do Mercado Comum do Sul (Mercosul), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), não tendo assinado acordos internacionais bilaterais relevantes.