Cooperalfa e Aurora são exemplos de sucesso no Sul do país
Cooperativas foram visitadas ontem por formuladores de políticas públicas e executivos dos agentes de crédito que financiam a produção rural no país
Brasília (25/8/16) – A Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa) e a Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora), ambas localizadas em Chapecó, em Santa Catarina, foram os últimos destinos do grupo de especialistas que integrou o módulo prático do projeto Conhecer para Cooperar, realizado pelo Sistema OCB, entre segunda e quarta-feira.
A missão, formada por representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bancoob, Sicredi, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério da Fazenda, Banco Central do Brasil, BRDE e das cooperativas Cooxupé, Cocamar e Coplana, conheceram parte das instalações e os mecanismos de gestão e governança da Cooperalfa e da Aurora. As apresentações foram feitas pelos próprios presidentes, vice-presidentes, diretores e gerentes das anfitriãs.
O projeto é realizado pelo Sistema OCB com o objetivo de possibilitar que o grupo conheça de perto a realidade do negócio cooperativo, bem como todo o desdobramento de ações e o alcance social da rotina cooperativista.
COOPERALFA – Comercialização e armazenagem da produção agrícola dos associados, como milho, soja, feijão e trigo. Outro destacado pilar da cooperativa é a industrialização de trigo e soja, bem como, a fabricação de rações para agregar valor à produção agrícola de seus associados. A Alfa também atua na produção de sementes certificadas de soja, feijão, trigo e coberturas de solo. Além disso, desenvolve parcerias com indústrias co-irmãs do sistema cooperativo para o beneficiamento de citros, suínos, aves e leite.
Segundo o Relatório de Gestão da Cooperalfa, com referência 2015, a cooperativa apresenta:
• Idade: 49 anos
• Associados: 16.985
• Empregados: 2.835
• Faturamento: R$ 2,25 bilhões
• Área de atuação: mais de 70 municípios (entre os estados de MS, SC e PR)
SEGMENTOS – Recebimento, armazenagem e classificação de grãos; produção de sementes certificadas de trigo, soja, feijão e coberturas de solo; Industrialização de farinhas e rações; produção de citros, suínos, aves e leite em parceria com outras indústrias do sistema cooperativo; fornecimento de insumos aos produtores associados, como sementes, fertilizantes, corretivos e medicamentos veterinários; assistência técnica agropecuária e assessoria aos agricultores na elaboração de projetos agropecuários e de crédito rural; revenda de combustíveis e lubrificantes 100% puros, bandeira BR.
LUTA – “A todos vocês que vieram até aqui para conhecer o nosso trabalho e ver de perto o que o cooperativismo é capaz de fazer, gostaria de agradecer. Certamente esta é uma grande oportunidade de trocarmos experiências. Espero que levem daqui a impressão otimista que o cooperativismo sempre causa das pessoas. Fazer um cooperativismo forte com tanta gente com perfis distintos não é fácil. É uma luta que temos de vencer diariamente. Para isso contamos com o apoio dos cooperados que sempre buscam inovação e tecnologia ajustados à necessidade do mercado. Estamos todos juntos com o mesmo objetivo, afinal, cooperar é evoluir”, comenta o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet.
AURORA – A Cooperativa Central Aurora Alimentos, de 47 anos, é um dos maiores conglomerados industriais do Brasil e referência mundial na tecnologia de processamento de carnes. Atua no mercado de carnes suínas, aves, pizzas e laticínios, com um mix composto por mais de 650 produtos. Sua matéria-prima vem de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Atualmente, a Aurora é formada por 13 cooperativas filiadas, mais de 70 mil famílias associadas, mais de 25 mil funcionários e mais de 8 mil empregados das cooperativas filiadas ao Sistema Aurora Alimentos. Com gestão participativa, atua na industrialização e comercialização de carnes suínas, aves, lácteos, massas, vegetais e suplementos para nutrição animal. As unidades industriais, comerciais, granjas e distribuidores estão por todo o Brasil, fazendo a hora mais gostosa de milhares de famílias.
SUÍNOS – A Aurora tem capacidade de abate de 18 mil suínos por dia. Em 2015, abateu e processou 4,5 milhões de suínos, um crescimento de 8,6% em relação ao ano anterior. Sete unidades industriais contribuíram para esse resultado: Chapecó, São Miguel do Oeste, São Gabriel do Oeste, Joaçaba, Sarandi, Chapecó II e Erechim.
AVES – Com capacidade de abate de quase 1 milhão de aves por dia, a Aurora Alimentos ampliou em 8,3% o processamento de frango no ano passado. As oito plantas receberam e processaram, no conjunto, 233,2 milhões de aves nas unidades avícolas de Maravilha, Quilombo, Erechim I, Abelardo Luz, Guatambu, Xaxim, Mandaguari e Mais Frango (essa, arrendada).
EXPORTAÇÕES – As exportações da Aurora Alimentos em 2015 totalizaram um faturamento líquido de R$ 1,850 bilhão o que representou um aumento de 35% em relação ao ano de 2014. O negócio "aves" respondeu por 66% do total com um montante de R$ 1,241 bilhão.
O negócio "suínos" participou com 33% do total com faturamento de R$ 612 milhões. Foram embarcadas 290.402 toneladas, com 18,4% de crescimento em relação a 2014. Deste volume, o negócio aves respondeu por 74%, o negócio suíno por 26%.
INCREMENTO – A expansão no mercado mundial foi auxiliada pela entrada nas exportações do Frigorífico Aurora de Mandaguari em maio 2015. Por outro lado, o faturamento cresceu devido à forte influência dos ajustes na cotação do dólar durante o ano, compensando a perda de valor nominal dolarizado por tonelada exportada.
Os principais destinos das exportações foram a Ásia, África, Rússia, Japão, Oriente Médio, América, Europa, Eurásia e Cingapura.
RESULTADOS – A Aurora obteve, em 2015:
- Receita operacional bruta: R$ 7,7 bilhões (resultado 12% superior ao ano anterior).
- Vendas no mercado interno: 76% da receita bruta (ou R$ 5,8 bilhões)
- Exportações: 24% do faturamento (ou R$ 1,8 bilhão).
REALIDADE DE MERCADO – O presidente do Sistema Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, fez uma retrospectiva da história da cooperativa central, seus desafios, planos de expansão e marcos principais como aquisições, ampliações, inaugurações, incorporações e parcerias. “Como terceira empresa brasileira de exportação de carne suína e de aves, a Aurora também busca se adequar à realidade de mercado, aguardando que os custos de produção retornem a sua média histórica e o cenário econômico tenha melhoras efetivas, injetando ânimo, credibilidade emprego e renda para todos,” expõe o presidente Lanznaster.
DEPOIMENTOS
DEVER CUMPRIDO – “Nós conseguimos integrar os formuladores de políticas públicas, desde os que elaboram, regulam e supervisionam para, a partir da visita prática ao campo, pudessem realmente conhecer o negócio e as diversidades dos empreendimentos cooperativos, sobretudo a coordenação horizontal da cadeia produtiva com foco sempre na melhoria da rendo de seu cooperado. Para nós do Sistema OCB é uma oportunidade ímpar porque são pessoas da mais alta expertise e que trabalham exatamente com o propósito de aperfeiçoar as políticas agrícolas, destinadas ao produtor rural brasileiro.” Paulo César Dias do Nascimento Júnior, coordenador do Ramo Agropecuário do Sistema OCB
PUJANÇA - “As cooperativas que vimos são exemplos a serem seguidos em todas as regiões do país. Na Aurora, por exemplo, o que mais me encantou foi a capacidade extraordinária de viabilizar a agregação de valor à produção, tão importante como alternativa de geração de renda às suas afiliadas, especialmente aos produtores cooperados. Para nós é uma grata satisfação poder presenciar essa atuação e levar isso pra nossa casa. O papel do Banco Central é formular as normas, direcionar recursos em condições favoráveis para o setor rural. E nós aprendemos muito o que precisa ser feito para que o nosso trabalho seja melhor direcionado.” Sérgio Lourenço Cescato, do Banco Central do Brasil