Cooper implantará usina fotovoltaica em Parauapebas

Belém (5/10/17) – A Cooperativa dos Produtores Rurais da Região de Carajás (Cooper) será a primeira do Ramo agropecuário a implantar uma usina de produção de energia renovável por meio da captação dos raios solares no Pará. Com um investimento total de R$ 1,6 milhão, serão instaladas mil placas fotovoltaicas e a expectativa é de que o parque gere uma economia de R$ 30 mil por mês nos custos da cooperativa ou R$ 28 milhões, quando projetado para o horizonte de 30 anos.

Espera-se que até o fim deste ano o projeto seja totalmente instalado. O investimento prevê tanto a aquisição de placas quanto a instalação de todo o sistema e regularização do processo documental junto à rede Celpa. Atualmente, a cooperativa consome 33 mil KWh/mês com o que é gasto de energia na sua unidade de beneficiamento, no setor administrativo e em seus pontos de vendas, o que gera uma conta de, em média, R$ 30mil.

A capacidade de produção da usina será de aproximadamente 40 mil KWh/mês. Isso significa que ainda será produzido um excedente de 5 mil KWh/mês para, em períodos de menor incidência solar, a energia ser compensada. O excedente também poderá ser usado em uma futura unidade que a cooperativa deseja inaugurar.

“A iniciativa é ousada, o investimento é alto, mas o projeto é seguro. Nossa geração de energia será feita de forma autônoma, utilizando fontes alternativas e sem o consumo do sistema convencional que funciona baseado em hidrelétricas. Nos cálculos que fizemos nessa instalação, em 3 anos e 8 meses pagamos todo o investimento milionário que está sendo feito. Numa projeção de 30 anos, teríamos uma economia de R$ 28mihões. Além disso, é um selo a mais que temos como uma cooperativa que produz uma mercadoria 100% limpa, até na geração de energia”, afirma o presidente da Cooper, Mauro Melo da Silva.

Em média, 70 toneladas de polpas de frutas variadas como cupuaçu, açaí, maracujá, goiaba, cajá, graviola, entre outras, são processadas na fábrica. São várias etapas, desde a retirada da polpa até a embalagem do produto. No local, há seis câmaras frias para acondicionar o produto in natura, até que possa ser embalado e vendido. Também, na fábrica, é feito o doce da polpa de fruta para ser usado como recheio nos bombons dos chocolates caseiros. Segundo a Cooper, os produtos são os únicos do sul do Pará que têm autorização do Ministério da Agricultura para serem comercializados.

A usina será instalada na área onde está a unidade de beneficiamento, que possui uma sobra de terreno de 2mil metros quadrados (40m x 50m). O projeto está em fase de elaboração técnica para dar entrada no Banco do Brasil. Captando o recurso e credenciando o projeto junto à Celpa, a previsão é de finalização até final do ano. Após a liberação do crédito, a entrega do projeto ocorre em 60 dias.

“No encontro que tivemos em Brasília promovido pela OCB, foram apresentadas as linhas de crédito do Banco do Brasil. Uma delas é para financiamento da geração de energia alternativa. Contatamos o BB de Parauapebas e estamos elaborando o projeto técnico. Em Assembleia Geral, os cooperados autorizaram a cooperativa a acessar o crédito junto e implantar o investimento. A linha é especifica, tem mais vantagem para DAP jurídica com taxas de juros que variam de 2% a 5,5% ao ano. A reação dos cooperados foi positiva, sem qualquer voto contrário”, afirma o cooperado Milton Zimmer.

COOPER

A Cooper foi criada em 1997, com objetivo de fortalecer a produção dos pequenos agricultores. A cooperativa busca dar uma destinação do que é produzido no campo com a reunião de 129 sócios, mas, atualmente, utiliza a produção de hortifrúti de mais de 300 pequenos produtores rurais dos municípios de Parauapebas, Curionópolis, Canaã dos Carajás, Xinguara e Marabá. Cerca de 30 pessoas são empregadas na fábrica e na distribuidora das polpas de frutas e bombons regionais.  Atualmente, a Cooper conta com 70 revendas dos produtos em Parauapebas e Canaã dos Carajás, e em breve, deve abrir uma filial em Xinguara.

O Sistema OCB/PA está auxiliando a cooperativa, fortalecendo a gestão para que consiga realizar o projeto com segurança financeira. “É um momento histórico para o cooperativismo agropecuário no Pará. Demonstra o nível altíssimo que estamos chegando na gestão das cooperativas, de modo que a reunião de agricultores familiares no modelo cooperativo está proporcionando um negócio com estrutura suficiente para realizar projetos tão ousados como esse”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol. (Sistema OCB/PA)

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