Chinaglia promete votar projetos de lei 177 e 4.622 das cooperativas
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, anunciou que vai colocar em pauta as proposições relativas ao ato cooperativo das cooperativas de crédito (PLP 177) e de trabalho (PL 4.622).
A promessa do deputado foi feita durante a solenidade de abertura do I Seminário da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) – Cooperativismo Avanços e Desafios, nesta terça-feira (17/6), no auditório Petrônio Portela do Senado Federal, em Brasília (DF).
Chinaglia foi aplaudido ao prometer vota o projeto que institui o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, além de outra proposição que modifica a Política Nacional de Cooperativismo. Ele fez a promessa em razão de pedidos do presidente da Frencoop, deputado Odacir Zonta, que deseja ver essas matérias votadas no primeiro sábado de julho, quando será comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo.
O presidente da Câmara destacou especialmente o cooperativismo de trabalho, que foi vítima “dos famosos gatos”, responsáveis pela exploração de mão-de-obra sem as boas práticas cooperativistas. “Vamos sanear qualquer tipo de esperteza fraudulenta, porque não fortalece o sistema cooperativista que deve ter regras claras. Segundo ele, os dois projetos de lei serão colocados em pauta, com a ajuda da Frencoop, e após contornar divergências políticas.
Avanço - Chinaglia falou do avanço do cooperativismo no país, lembrando as dificuldades enfrentadas pelo segmento na época da ditadura militar, quando a sociedade, para se organizar nessa atividade, dependia da tutela do Estado. Ele disse que foram os constituintes de 1987 que retiraram as travas que impediam o livre desenvolvimento do cooperativismo no Brasil.
Na opinião de Chinaglia, a aprovação agora de uma lei geral para essa atividade vai servir para assegurar orientações, conceitos e valores ao cooperativismo.
Já o presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves, depois de apresentar dados relativos ao desempenho das cooperativas brasileiras, informou que em 2007, o faturamento desse setor, ultrapassou R$ 72 bilhões. Afirmou que sente orgulho ao ver o crescimento desse tipo de organização no Brasil, assinalando que os números bilionários registrados pelas cooperativas as colocam como atividade propulsora e mola-mestra do desenvolvimento nacional. “Esses bilhões e bilhões sobre os quais se fala hoje em matéria de cooperativismo poderiam ser transformados em palavras simples, como solidariedade, apoio mútuo e absoluto sentimento de convergência”, disse.
Garibaldi definiu o cooperativismo como "uma verdadeira filosofia de vida". Para ele, o cooperativismo representa e mobiliza valores como participação democrática, independência e autonomia, bens que considera de alto significado numa civilização. Isso, conforme o senador, explicaria porque os 13 ramos de atividade em que o cooperativismo está presente já atingiram o patamar de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O presidente do Senado disse ainda que em 2007, só o cooperativismo rural representou 2,85% do PIB brasileiro. Em termos de emprego, as estimativas apontam para 25 milhões de brasileiros envolvidos em cooperativas no País. Admitiu que não tinha conhecimento da força socioeconômica do cooperativismo brasileiro. “Eu não sabia desses números: quase 8 milhões de pessoas atuaram diretamente no cooperativismo em 2007; as exportações diretas das cooperativas cresceram 16,5% em 2007, se comparado com 2006. No total, foram vendidos ao exterior cerca de US$ 3,3 bilhões”, disse o senador.