Censo do Cooperativismo de Leite começa em abril

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Levantamento foi lançado hoje, em Brasília, pelo Sistema OCB e Embrapa Gado de Leite

Brasília (2/3) - Conhecer a realidade do setor leiteiro e buscar soluções para que as cooperativas ampliem e fortaleçam sua relação com os produtores e com o mercado consumidor. Estes são os objetivos do Sistema OCB e da Embrapa Gado de Leite ao realizarem o segundo Censo do Cooperativismo de Leite. As entidades assinaram hoje de amanhã o acordo de cooperação que visa à realização da pesquisa.

A assinatura ocorreu durante a Reunião da Câmara de Leite do Sistema OCB, em Brasília, que também discutiu os cenários dos mercados interno e externo de insumos, como milho e soja e do setor do leiteiro. O evento contou com a participação de representantes do governo federal, do Congresso Nacional e das cooperativas.

No último levantamento, realizado em 2003, as cooperativas eram responsáveis pela captação de 40% da produção de leite no Brasil, reunindo mais de 151 mil produtores associados. Entretanto, desde o primeiro levantamento o mercado de lácteos tem passado por mudanças, por isso, diante dos novos cenários, a Câmara de Leite do Sistema OCB deliberou que, decorridos 12 anos, este trabalho deveria ser feito novamente, abordando os seguintes temas:

- Participação das cooperativas no mercado de leite;
- Perfil dos associados;
- Negócios e modelos;
- Serviços e assistência técnica;
- Visão de futuro.

Os questionários do Censo serão enviados às cooperativas a partir de 4 de abril.

PARCERIA – O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, iniciou seu discurso agradecendo ao apoio da Embrapa. Segundo ele, esta é uma instituição que merece ser reconhecida como irmã do cooperativismo. “Tenho muita honra em desenvolver mais este censo em conjunto com a Embrapa. Desde a primeira edição, em 2003, o suporte científico oferecido pela instituição de pesquisa tem sido fundamental. Todas as ações realizadas por esta parceria frutificam. Não tenho dúvida de que esta parceria apresenta resultados para nossos cooperados”, enfatiza Márcio Freitas.

Ainda sobre o censo, a liderança cooperativista disse que será uma oportunidade de o setor leiteiro assumir a missão de construir o melhor cenário para os próximos anos. “É preciso que estejamos juntos, prontos a trabalhar pelo futuro que queremos, e, para isso, é necessário aceitar a tarefa de um protagonismo mais intenso, fazendo nosso dever de casa e distribuindo as tarefas tanto no âmbito no Executivo quanto do Legislativo”, reforça Márcio Freitas.

FORÇA DA UNIÃO – O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, ressaltou que a parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras é fundamental para desenvolver a agropecuária nacional. “Temos muita sinergia com a OCB, por isso, nossa intenção é estar cada vez mais próximos do movimento cooperativista, que em uma palavra pode ser definido como: capilaridade”, reconhece Lopes.

Segundo ele, o Censo do Cooperativismo de Leite é de grande relevância para a economia do país. “Este censo é um instrumento importantíssimo, pois permite a elaboração de ações efetivas para o setor leiteiro tão cheio de desafios. E, assim, conhecendo a realidade será possível traçar os passos para um futuro mais produtivo”, comenta Maurício Lopes.

EXPECTATIVA – “O mesmo setor que fatura, anualmente, cerca de R$ 80 bilhões, também expulsa um produtor do campo a cada 11 minutos. Estamos falando do setor leiteiro. É por isso que é tão importante conhecer as especificidades desta cadeia, a fim de encontrar respostas para esta e muitas outras questões. E para isso, nada melhor do que contar com a expertise das cooperativas de leite. São elas que conseguem, por exemplo, reduzir muitos dos problemas sociais causados pelas condições econômicas. Somos testemunhas do quanto esta cadeia passou por melhorias, depois que realizamos o primeiro censo. E, a partir de abril, veremos isso novamente. São as próprias cooperativas que nos dirão o caminho que elas querem seguir.” Paulo Martins – chefe geral da Embrapa Gado de Leite

CONCORRÊNCIA – “Nossa principal preocupação continua sendo o mesmo, após duas décadas de trabalho: o mercado internacional. É por isso que estamos aqui hoje para discutir questões técnicas e de estratégia que visam ao desenvolvimento do setor. Temos uma indústria moderna, perfeitamente nivelada com o patamar americano e europeu. Nossa função é encontrar saídas, mecanismos para crescer com segurança e sustentabilidade.” Vicente Nogueira – coordenador da Câmara de Leite do Sistema OCB

EXPORTAÇÃO – “Este censo é fundamental, pois o leite é uma das cadeias produtivas do setor do agronegócio. Há centenas de cooperativas que têm neste produto o centro de seu trabalho. E temos visto que, ao longo do tempo, diversas foram as distorções do setor e nós precisamos trabalhar para corrigi-las. Para se ter uma ideia, é preciso estimular a exportação de lácteos, considerando que cresce, anualmente, 4%, ao passo que o consumo aumenta 3%. É por isso que a ministra Kátia Abreu tem feito deste assunto um item permanente da pauta do Ministério da Agricultura.” Caio Rocha – secretário do Produtor Rural e Cooperativismo

PARTICIPAÇÃO – O evento contou também com a participação dos deputados: Celso Maldaner (SC), presidente da Frente Parlamentar da Bovinocultura de Leite; Valdir Colatto (SC), representante do Ramo Agropecuário na Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop); e Domingos Sávio (MG), representante do Ramo Crédito na Frencoop. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, José Luís Vargas, também prestigiou o evento.

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