Capacitação na cadeia produtiva de cereais de inverno chega ao 5º módulo
Brasília (5/10) – Na última semana foi realizado o 5º módulo do programa “Capacitação na cadeia produtiva de cereais de inverno”, por meio da parceira Embrapa e Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). O tema “Proteção de Plantas” pautou as discussões nos dias 30/9, 1º e 2/10, na Embrapa Trigo (Passo Fundo-RS). O clima geralmente se mostra adverso no inverno brasileiro, variando de veranicos a excesso de umidade nas principais regiões produtoras de grãos. Soluções calendarizadas para resolver problemas com doenças nos cereais de inverno têm aumentado o uso de agroquímicos e os custos de produção.
Para ajudar na tomada de decisão, alertando tanto para a identificação correta das doenças, quanto para o uso eficiente de defensivos a Embrapa Trigo organizou o módulo “Proteção de Plantas”, destacando as oportunidades de manejo no melhor controle das doenças. Na programação debates sobre brusone, giberela, viroses, ferrugens e manchas foliares.
Um dos temas da programação que chamou a atenção dos participantes foi o trabalho de correta identificação de doenças de espiga, como brusone e giberela, que apresentam sintomas semelhantes e têm gerado muita insegurança nos levantamentos a campo. A dificuldade para o controle através de defensivos ou resistência genética ainda é um desafio, tópico que foi apresentado aos participantes com os resultados das pesquisas conduzidas no Brasil e no mundo.
O tema foi amplamente discutido através de palestras e análise em laboratório, com a participação de pesquisadores da Embrapa Trigo, Fundação ABC e da CCGL. Entre os trabalhos apresentados estão o viveiro de giberela, os ensaios cooperativos para controle químico de giberela e brusone, a modelagem e simulação do risco de doenças, além das pesquisas com resistência genética à brusone.
Para o pesquisador Douglas Lau, o formato da capacitação permite a aproximação da pesquisa com a assistência técnica numa parceria duradoura que favorece os dois lados: “para nós, pesquisadores, a capacitação permite alcançar um público com o qual tínhamos pouco contato. O curso é uma oportunidade tanto de apresentar os trabalhos que estão sendo desenvolvidos, quanto receber o feedback do técnico, uma avaliação da real utilidade para o usuário”.
“Saber onde buscar ajuda, contatar diretamente o pesquisador que realmente entende o assunto e reduzir as dúvidas no técnico que está no campo. Este tem sido um dos principais resultados da série de capacitações que começou em março deste ano, com 19 cooperativas do Brasil”, avalia o chefe de Transferência de Tecnologia, Adão Acosta. Para ele, cada técnico participante é um potencial multiplicador que deverá atingir milhares de produtores nas principais regiões com cultivo de cereais de inverno.
De acordo com o técnico da Castrolanda, Rodrigo Namur, a interação pessoal facilitou a assimilação das tecnologias. Ele explica que nem sempre a leitura de uma publicação é acessível aos técnicos, seja pela linguagem muito especializada ou pela dificuldade de adaptação da tecnologia à realidade do campo.
“A parte prática do curso, no contato com plantas com sintomas de diversas pragas e doenças, a avaliação da resistência das cultivares e a análise dos dados esclarecendo dúvidas junto com o pesquisador ajudou a fixar o conteúdo. Fica mais fácil aplicar esse conhecimento que foi vivenciado na teoria e na prática”, afirma Rodrigo.
“Há um distanciamento entre pesquisador e campo, mas não é intencional. Ninguém estudou para ficar com os conhecimentos fechados na sala ou apenas publicar os dados em artigos científicos. Queremos ver a aplicação dos resultados no campo. É para isso que nós estudamos. Somos, na essência, agrônomos ou ligados à área e também queremos melhorar a realidade do campo”, declara o pesquisador Flávio Santana.
Além do contato com os especialistas nos temas, os participantes também têm trabalhado mais próximos na disseminação de informações no grupo. A ferramenta de telefonia móvel WhatsUP tem servido tanto para compartilhar problemas, quanto para apontar soluções.
“Tínhamos um problema e não sabíamos fazer o diagnóstico correto. O contato pessoal facilitou o envio de amostras para a pessoa mais indicada, com a resposta rápida e segura para o produtor”, conta o técnico da COAMO Lucas Moreira. “Nem sempre a resposta está disponível, mas o caminho para encontrar pode e deve ser compartilhado no grupo”, aprova o técnico da Cotrijal Fernando Cirolini.
Participam do curso as seguintes cooperativas: Copasul, Cotrel, Coamo, Coopavel, Cotripal, Coopibi, Copamil, Agrária, CACB, Cotrisal, Coopatrigo, Copacol, Cotribá, CVale, Cotrijal, Castrolanda, Coasa, Coagrisol e Cotriel. O próximo módulo está previsto para o início de novembro, com o tema “Controle de Plantas Daninhas”. (Fonte: Assimp da Embrapa)