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Brasil e Angola querem ampliar relação comercial

Brasília (22/8/18) – O Brasil tem ocupado uma importante posição entre os principais players do agronegócio mundial. As exportações dos produtos daqui têm apresentado um crescimento relevante nos últimos anos e isso se deve, em boa parte, às missões técnicas realizadas constantemente pelo governo e seus apoiadores nesse processo de expansão comercial, dentre eles a OCB.

A Angola, por exemplo, um grande cliente quando o assunto envolve os complexos carnes, sucroalcooleiro, grãos e derivados, por exemplo, é o próximo destino dos brasileiros. E as cooperativas farão parte desse momento no qual se espera estreitar os laços comerciais com o continente africano.

O país já demanda os produtos verde-e-amarelos, mas a ideia é potencializar o negócio. A viagem ocorrerá entre os dias 22 e 29 de setembro, mas, para participar, as cooperativas interessadas deverão se inscrever em um processo seletivo. As inscrições terminam no próximo dia 31 de agosto (clique aqui).

Serão exploradas oportunidades para os setores de grãos, lácteos, carnes, frutas, sucos e bebidas. Com base no perfil das cooperativas participantes, a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura organizará encontros de negócios, matchmakings, com parceiros comerciais angolanos.

A delegação visitará as cidades angolanas de Luanda, Lubango e Gambos e terá a oportunidade de se encontrar com autoridades locais, empresários, representantes comercias e com membros da Câmara de Comércio Angola-Brasil. A economia angolana vive atualmente um momento de crescimento, que é refletido no comércio exterior sendo que a participação do Brasil nas importações de alimentos e bebidas de Angola chega a 20%.

Desde 2008, as exportações brasileiras com destino à Angola têm tido resultados bem expressivos. Dentre os principais produtos verde-amarelos que vão parar na mesa dos angolanos estão: açúcar refinado, carnes e miudezas (de aves, suína e bovina), farinha de milho, além de grãos, óleo e produtos industrializados.

Confira abaixo a entrevista com o diretor do Departamento Promoção Internacional do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Evaldo Da Silva Júnior (foto), sobre o potencial da Angola.

 

Qual o potencial da Angola para o mercado brasileiro?

O potencial de Angola é enorme para o Agronegócio brasileiro, haja vista os dados atuais da balança comercial agrícola, em que ela é amplamente favorável ao Brasil, com exportações da ordem de US$ 517 milhões, em 2017, embora em 2013, já tenha sido de US$ 722 milhões. Os produtos agrícolas exportados pelo Brasil são basicamente do complexo carnes, complexo sucroalcooleiro, além de cereais e farinhas. Desta forma, temos esta diferença de US$ 200 milhões a ser recuperada. De outro lado, praticamente não há exportações angolanas do agro para o Brasil, pois as importações brasileiras, daquele país, concentram-se basicamente em petróleo, gás e derivados.

 

Considerando o cenário econômico nacional, qual a vantagem da participação das cooperativas na missão à Angola?

O Brasil, um país que há 40 anos era um grande importador de alimentos, é hoje um grande exportador, sendo que esta virada se deu por vários fatores, mas fundamentalmente pelo desenvolvimento de tecnologias próprias, para a nossa realidade de clima, solo, regime de chuvas, etc, sendo as cooperativas agrícolas brasileiras, responsáveis por grande parte deste salto, qualitativo e quantitativo, em termos de produção agropecuária.

Com isto, tendo Angola e a África como um todo, a necessidade de desenvolver sua agropecuária, surge aí uma grande possibilidade para as cooperativas brasileiras, num primeiro momento, suprindo toda a necessidade de alimentos, daquele país e, no longo prazo, com a possibilidade do desenvolvimento de projetos conjuntos de cooperação técnica e comercial, para atender não só Angola, com seus 28 milhões de habitantes, mas grande parte do continente africano, superando aí os 500 milhões de pessoas.

 

E para o Brasil? Qual o ganho de ter cooperativas entre os players dessa missão de prospecção de negócios?

A importância da presença e participação das cooperativas agrícolas nas missões de prospecção de negócios é a relação ganha-ganha que advém do relacionamento que se estabelece, principalmente com o mercado africano, carente de bons e confiáveis fornecedores que venham garantir a segurança alimentar daqueles países, bem como ter um horizonte de implantação e desenvolvimento conjunto da agropecuária daquele continente, por meio do modelo cooperativista brasileiro.

Cremos ter em Angola e em grande parte do continente africano, uma grande lacuna a ser suprida com o fornecimento sustentável de produtos do agronegócio, tais como carnes, grãos, lácteos, inclusive os industrializados; aproveitando e desenvolvendo uma logística adequada e eficaz, em uma das rotas mais próximas do Brasil, bastando dar um pulo no outro lado do Atlântico.

 

A OCB apoia essa iniciativa. Para o Ministério qual a importância desse apoio? E o que a OCB representa, no âmbito do MAPA, para o desenvolvimento do setor agropecuário nacional?

A OCB tem papel fundamental na representatividade das cooperativas agropecuárias brasileiras que são responsáveis por grande parte do PIB agrícola e alcançando mais de 1 milhão de pessoas, em suas 1,5 mil instituições e 180 mil produtores cooperados. O modelo cooperativista brasileiro serve de modelo para o mundo, inclusive em nossa última missão à África, ficou bem presente esta importância com os países visitados, solicitando o apoio da OCB e da SMC/MAPA, para implantação do modelo em terras africanas.

 

Quais as estratégias do Ministério/Governo para a promoção de produtos verde-e-amarelos fora do país?

O MAPA, por meio do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio Brasileiro, tem realizado várias ações no exterior, tais como as missões prospectivas, similares às realizadas em conjunto com a OCB, para África do Sul, Botsuana e Namíbia, missões ministeriais chefiadas pelo ministro, Blairo Maggi, ou pelo secretário executivo, Eumar Novacki, em encontros oficiais com seus homólogos e autoridades de governo responsáveis pelos temas sanitários e fitossanitários dos referidos países.

O objetivo é estabelecer condições para a remoção de barreiras, abrir, intensificar e diversificar as pautas de comércio das exportações dos produtos do agronegócio brasileiro, bem como de apresentar as oportunidades de investimentos no Brasil. Além disto, o Departamento planeja e organiza a participação de empresas brasileiras em feiras agropecuárias, de alimentos e bebidas, no exterior, como expositoras.

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