Batavo e Castrolanda: crescimento combinado

"

Há cem anos, a região dos Campos Gerais, no Paraná, começou a receber os primeiros imigrantes da Holanda. Expoentes no ramo agropecuário, os produtores locais se organizaram em cooperativas e formaram a bacia leiteira mais produtiva do país . E esse é um cenário que se perpetua até hoje. Na base da pecuária de leite do Paraná, estão duas cooperativas fundadas justamente por holandeses que, recentemente, assinaram um termo de intercooperação: a Batavo, em Carambeí, e a Castrolanda, em Castro. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, a iniciativa é uma tendência de mercado. “A economia atual vem impondo às empresas cooperativas a busca de novos conceitos e formas de pensar a organização produtiva, não somente em termos econômicos, mas também nos tipos de estrutura”, disse. Esse processo, segundo ele, pode ser feito, inclusive, com outras instituições, desde que o objetivo seja sempre agregar valor às atividades da cooperativa e a seus associados.

As duas organizações defendem a bandeira do crescimento sustentável para os produtos industrializados e do fortalecimento de suas marcas. E, se depender da qualidade e rendimento das mesmas, as metas a serem alcançadas estão bem próximas. A média de produção chega a 35 litros por animal ao dia. Com genética holandesa aperfeiçoada permanentemente, produzem 11% do leite industrializado do estado. O grande desafio para os presidentes da Castrolanda, Frans Borg, e da Batavo, Renato Greidanus, será fortalecer as duas marcas: Frísia (Batavo) e Castrolanda. Nos próximos dez anos, conforme prevê o acordo, as duas cooperativas vão operar de forma conjunta na área de leite, complexos industriais semelhantes e estratégias próprias de desenvolvimento de produtos e distribuição.

“A Batavo e a Castrolanda deram um grande exemplo de intercooperação. O caminho é esse”, avalia o presidente do Sindicato e a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski. Para ele, a dedicação dos imigrantes, aliado ao conhecimento voltado ao manejo do gado e da produção leiteira, trouxe um crescimento extraordinário para a região, provando, mais uma vez, que o cooperativismo é um instrumento eficaz para o desenvolvimento econômico e social das cidades, e principalmente, das pessoas.

“As necessidades dos associados são as mesmas e por isso o fortalecimento das duas cooperativas vai trazer mais capilaridade e conseqüentemente beneficiará todos os cooperados”, resume o presidente da Castrolanda, Frans Borg. Para que não se tornassem concorrentes, havia algumas opções como a criação de uma central, programas de cooperação, alianças estratégicas, e intercooperacao, a opção mais adequada ao negócio.

Renato Greidanus, presidente da Batavo, acredita que a intercooperação é uma exigência do mercado cada vez mais globalizado, no qual o incremento da competitividade tornou-se questão de sobrevivência para as cooperativas. “Não podemos nos tornar concorrentes porque estamos no mesmo mercado, mas podemos potencializar nossos serviços oferecendo produtos de qualidade”.
 

"

Conteúdos Relacionados