29/03/2010 - Aposta de MT no algodão atrai projetos de indústrias

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Graziella Valenti e Fabiana Batista, de São Paulo
    
O grupo francês Tereos, que comprou o controle da Açúcar Guarani no fim de 2004 e agora está criando a Tereos International, tem a estrutura de uma cooperativa e reúne 12.000 agricultores, que produzem e comercializam sua produção de beterraba e de cereais. O Tereos é resultado da fusão, há seis anos, entre as empresas Union SDA e Béghin-Say.

Quarta maior produtora de açúcar, de álcool e de produtos à base de amido do mundo e terceira maior produtora de áçuçar da Europa, a Tereos tem 30 unidades industriais na Europa, Brasil, Moçambique e na Ilha Reunião, um departamento francês no oceano Índico.

Nas regiões onde atua, cultiva um total de 920.000 hectares com beterraba, cana-de-açúcar e cereais para produção de açúcar, glucose e etanol (à base de cereais, de amido e de cana).

O movimento do grupo francês Tereos no Brasil é, em alguma medida, semelhante ao do grupo Shell, na parceria que está costurando com a Cosan. O Brasil é o principal produtor de açúcar e álcool e, por isso, ambas as multinacionais escolheram companhias brasileiras para avançar nesse negócio.

Ao transferir a operação de amido para a Guarani, o grupo francês traz um fluxo de caixa estável à atividade, oferecendo condições de a empresa avançar na consolidação nos momentos de fragilidade do setor. Lógica semelhante está no ingresso da Cosan no ramo da distribuição, operação de menor margem, mas com fluxo estável de recursos.

O executivo André Trucy comandará a Tereos International. O executivo já foi presidente da Rhodia no Brasil e do grupo francês Roquette, do ramo de amido. Jacyr Costa continua presidente da Açúcar Guarani, que se tornará subsidiária integral da Tereos International.

Para uma pequena reorganização societária na França, que precedeu a operação no Brasil, a Tereos International foi avaliada em € 1,021 bilhão e a Guarani, em € 686 milhões. Por esses números, o percentual do capital da empresa hoje em bolsa, de 31%, iria para 12,5%, antes de uma nova emissão. A análise também indica um prêmio de 21% sobre as cotações da Guarani.

A Guarani tem capacidade de processamento de 15,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Na safra 2010/11, deve produzir 1,3 milhão de toneladas de açúcar e 430 milhões de litros de etanol, além de comercializar 300 GWh de energia. (Colaborou Alda do Amaral Rocha)
 

Veículo: Valor Econômico
Publicado em: 29/03/2010

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