14/09/2010 - Crédito mais fácil com cooperativas
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GABRIELA LÓPEZ
Imagine você mesmo podendo administrar os serviços financeiros de que precisa, tendo acesso a tarifas abaixo das oferecidas pelo mercado e podendo ganhar uma renda a mais. É assim que funcionam as cooperativas de crédito. Apesar de ainda pouco conhecidas no Brasil, estas organizações estão crescendo. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), 18 novos postos de atendimento deste sistema são criados mensalmente no País.
As cooperativas são sociedades independentes formadas por, no mínimo, 20 integrantes ou pessoas jurídicas, com o objetivo de atender às necessidades financeiras do grupo de associados, que gerem em conjunto o sistema. Apesar de poder render excedentes, que são distribuídos entre todos os associados, estas associações não visam o lucro. Regulamentadas pelo Banco Central, as cooperativas contam com uma legislação específica que garante, entre alguns benefícios, isenção de impostos, além de não obrigar o pagamento do depósito compulsório correspondente a 40% do valor arrecadado na prestação dos serviços, diferentemente dos bancos. Por isto, podem oferecer serviços com tarifas mais atrativas.
Um exemplo deste sistema é a Cooperativa de Crédito das Instituições Jurídicas em Pernambuco (Juriscoope). A instituição oferece serviços como conta corrente, conta salário, cartão de crédito, de débito, cheque especial, talões de cheque, crédito pessoal, financiamentos de veículo e imobiliário, além de seguros. O cooperado investe, por mês, o equivalente a 0,5% do salário que recebe. “O valor rende de acordo com a Selic (taxa básica de juros) e as sobras, como é chamado o lucro das cooperativas, são divididas entre os cooperados proporcionalmente ao investimento realizado por cada um”, explica o gerente geral da Juriscoope, Marcelino Smanhotto.
Com este modelo, 1.405 cooperativas representam 2% do sistema financeiro nacional, mas querem passar este número para 10%. “O avanço do cooperativismo representa também competitividade no mercado financeiro. Queremos ser um regulador de preços”, afirma o gerente de Relacionamento e Desenvolvimento do Cooperativismo de Crédito da OCB, Sílvio Giusti. Para ele, a crise financeira mundial ocorrida em 2008 contribuiu para o crescimento das cooperativas, já que, com a redução da oferta de crédito pelos bancos, os consumidores procuraram outras alternativas para obter financiamentos.
“Durante a crise, muitas pessoas foram amparadas pelas cooperativas, o que gerou confiança neste sistema”, analisa. Ele observa também que as cooperativas tiveram conquistas legislativas, “como a aprovação, em 2009, de uma lei que resguarda as peculiaridades do cooperativismo em relação às outras instituições financeiras”. Além disso, para Guisti, a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) favorenceu a expansão do sistema.
Veículo: Folha de Pernambuco
Publicado em: 12/09/2010