08/07/2010 - Cooperativas aumentam o lucro dos produtores

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MICHELLE VALVERDE.

A união dos produtores mineiros em cooperativas agropecuárias gera resultados positivos. Algumas cooperativas registraram incremento de até 10% nos negócios entre janeiro e junho frente a igual período do ano anterior.

O bom desempenho é atribuído ao maior poder de negociação e ao aumento da participação no mercado. A aglutinação é avaliada como essencial para a expansão das atividades, geração de lucro e para o fortalecimento dos segmentos.

De acordo com o presidente da Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia (Calu), localizada no Triângulo Mineiro, Eduardo Dessinomi, a tendência é que a cada dia os produtores e as próprias cooperativas se unam, formando megaentidades com o objetivo de manter a competitividade frente às grandes empresas.

Após apresentar estagnação nos resultados de 2009, o desempenho da Calu está recuperando o ritmo de crescimento. Durante o primeiro semestre foi registrado incremento de 5% no faturamento da cooperativa, frente a igual período do ano passado. A expectativa é encerrar o ano com aumento de 6% a 8%, frente 2009.

Indústria - O impulso virá, principalmente, da recuperação dos preços praticados no mercado interno. Nos planos da cooperativa também estão incluídos, para este ano, o início da construção de uma indústria de lácteos, que demandará investimentos próximos a R$ 15 milhões. O projeto de estrutura da indústria está em fase final de produção.

De acordo com o presidente da Calu, Eduardo Dessimoni, a nova unidade será construída para substituir a planta produtiva atual. A capacidade de captação, 200 litros de leite por dia, será dobrada. O aporte também será destinado à modernização do maquinário e dos processos produtivos.

Um dos principais pontos que justificam o otimismo do representante da Calu em expandir os negócios é a recuperação gradual do mercado externo após a crise financeira mundial que deve alavancar as exportações de leite em pó. O possível incremento irá promover a redução da oferta de produtos lácteos no mercado interno e a retomada dos valores praticados antes do início da crise.

Deslealdade - Um dos problemas enfrentados pelas cooperativas mineiras de leite é a concorrência, considerada desleal, com as grandes empresas do segmento. Segundo Dessimoni, as indústrias leiteiras estão pagando preços diferenciados aos produtores quando existe cooperativas próximas à área de produção.

A diferença nos valores pode chegar a até R$ 0,10 por litro. O valor é considerado alto, já que o litro de leite pago ao produtor está cotado a R$ 0,65, sendo o valor mínimo ideal para cobrir custos e gerar lucro de R$ 0,75.

"O governo e as entidades ligadas ao setor leiteiro precisam se reunir e criar medidas que protejam e ajudem as cooperativas a ganharem espaço no mercado. Com a forma atual está difícil acompanhar o ritmo das grandes empresas de laticínios", disse Dessimoni.

Os negócios da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), sediada em Belo Horizonte, também estão em expansão. Após enfrentar prejuízos e redução do número de associados entre 2004 e 2008, a reorganização da entidade tem trazido resultados positivos e atraído o interesse de novos produtores. Por mês são comercializados cerca de 20 toneladas de mel e 500 quilos de própolis. Cerca de 280 produtores integram a cooperativa.

Um dos principais motivos atribuídos à retomada dos negócios na cooperativa são os investimentos em capacitação e especialização dos produtores e gestores.

O objetivo do presidente da Conap, Irone Martins Sampaio, é quitar as dívidas e no próximo ano retomar a geração de lucro. O faturamento da cooperativa em 2009 ficou em torno de R$ 1,2 milhão. Para este ano é esperado incremento de 10%.

"Acreditamos que com o crescimento da cooperativa vamos conseguir expandir a participação dos produtos mineiros no mercado interno e externo. Os apicultores estão otimistas com o segmento e estão investindo para regularizar a produção e aumentar a receita", disse Sampaio.

Um desafio para a apicultura mineira é a organização e união da cadeia em cooperativas e em uma central. Os objetivos da aglutinação são promover o equilíbrio dos preços, ampliar o mercado consumido e reduzir os custos de insumos.

Atualmente o valor pago ao produtor pelo mel in natura gira em torno de R$ 4 o quilo. Para aumentar o nível de lucratividade, a cooperativa está orientando os produtores a investirem na produção de própolis e no aumento das negociações com o mercado internacional.


Mercado externo - Os investimentos na produção de própolis são compensados pelo alto valor agregado que, além de gerar renda superior ao mel, tem grande demand"

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