Ocesc defende plano de safra mais abrangente
O encarecimento dos insumos agropecuários, a escassez de crédito e as deficiências logísticas e infra-estruturais são obstáculos à expansão da produção de alimentos, de acordo com o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan. Essa situação pode ser minimizada unicamente pelo aumento da oferta de crédito rural que, atualmente, tem financiado apenas 25% da área plantada.
O dirigente relata que o crédito rural insuficiente reduz a capacidade de investimento e expansão da produção, enquanto o excesso de garantias exigidas para a contratação das operações bancárias espanta os tomadores. Os limites de crédito também restringem o acesso do produtor aos financiamentos, cuja liberação fica ainda mais difícil em períodos de frustração de safra ou de dificuldades de comercialização.
Zordan considera coerente a proposta das entidades nacionais do setor que reivindicam R$ 110 bilhões dos recursos para financiamento de custeio, comercialização e investimento agrícola. Mas considera essencial reduzir os juros do crédito rural de 6,75% para 5% para o custeio, além de baixar os spreads bancários. Sugere, ainda, a elevação de 25% para 30% das exigibilidades bancárias (parcela dos depósitos à vista que os Bancos são obrigados a recolher ao Banco Central) destinadas à aplicação ao crédito de custeio e comercialização, com taxa de juros prefixada.
A Ocesc também defende a ampliação para R$ 400 milhões dos recursos destinados à subvenção do prêmio (custo) do seguro rural porque a área segurada ainda é muito pequena se comparada à área plantada no País. Para a pecuária de corte foram sugeridas medidas como o aumento do limite de financiamento para R$ 200 mil por operação, para pagamento em seis meses, com as mesmas taxas de juros estabelecidas para o custeio da safra. Apesar dos aumentos nos preços praticados no mercado, a rentabilidade da pecuária de corte apresenta queda em razão do aumento de 63% nos custos totais da produção frente à elevação de apenas 27% do preço da arroba do boi gordo. Somente o fosfato bicálcico (matéria-prima do sal mineral) aumentou 162%, de outubro de 2007 a abril de 2008.
Para a pecuária leiteira, o aumento da produtividade do rebanho e, conseqüentemente, da rentabilidade do produtor depende de medidas como facilitar a tomada de crédito para melhoramento genético. Também foi sugerida a elevação dos limites por animal para R$ 1.500,00 por vaca ou novilha para crédito de investimento. A criação de linha de crédito permanente para a concessão de financiamento de retenção de fêmeas leiteiras, com limite de R$ 150 mil por tomador, é outra medida que poderia contribuir para a expansão da produção de leite nas diversas regiões produtoras do País, de acordo com Zordan.