Encontro Estadual do Cooperjovem possibilita troca de experiências
Fortaleza (31/5) – A cidade de Pesqueira, localizada a 220 km da capital pernambucana, sediou o Encontro Estadual do Cooperjovem, programa que tem o objetivo de inserir estudantes dos ensinos infantil e fundamental nas práticas e valores do cooperativismo. Durante dois dias, em um hotel no município, cerca de 100 professores de diversos regiões do interior pernambucano trocaram experiências de condução do projeto em sua localidade e conheceram novas práticas de repassar o conhecimento aos mais de oito mil alunos integrantes do programa.
O tema do Encontro neste ano foi “Educando para a Vida”. Com o intuito de levar os professores a uma análise das práticas de ensino e auxiliar o grupo a trabalhar na mesma linguagem proposta pelo Cooperjovem, foi convidado ao evento o focalizador do programa Cooperar, Roberto Martins. Ele foi o responsável por elaborar dinâmicas de grupo que trabalharam os valores do cooperativismo e a difusão do conhecimento através de ações conjuntas.
Uma das primeiras ações ministradas por ele foi separar os professores em grupos para firmar um contrato de convivência que fosse válido aos dois dias de evento. Esse contrato foi firmado em cartolina, onde os professores deveriam colocar as expectativas do Encontro e o que poderia acontecer para se tornar um sucesso. Aos poucos, os tutores foram se aproximando da cartolina e colocando ideias, como trocas de experiências, ideias para dinamizar o conhecimento e meios de ajudar a sociedade através do ensino.
“Com esse contrato é possível perceber que os professores daqui tem a mesma vontade dos outros professores de qualquer lugar do Brasil. Eles querem ser um facilitador do conhecimento e têm a necessidade de fazer a diferença na vida das pessoas. Então, aqui trabalharemos alguns pontos firmados por eles, esperando que auxilie no máximo possível na busca das metas de cada um”, ratificou Roberto.
Após o firmamento do contrato, era hora de trabalhar o valor da cooperação. E para isso, Roberto convidou a todos a se organizarem em uma grande roda com o objetivo de ensaiar passos de uma dança circular. De acordo com ele, nesse tipo de dança, pessoas que ainda pouco se conhecem dão as mãos visando o mesmo objetivo, isso faz com que logo ela tenha o sentimento de pertencer a um grupo, visando um bem maior. O fato de dar as mãos enfatiza ainda mais o trabalho de grupo, dando a boa sensação de autoconfiança por não estar só. Depois de repassar os passos por algumas vezes, era hora de colocar em pratica. Tudo treinado saiu de acordo, o que gerou uma grande satisfação por parte dos professores.
“Nesse passo, trabalhamos muito o sentido de cooperação. Isso tudo foi um processo relacionado a um objetivo comum. Nossas ações foram todas compartilhadas e os resultados foram benéficos. Melhor resumo do que é o cooperativismo, não há”, revelou o professor do programa Cooperjovem da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, Sandro Sinésio.
Em outro turno do evento foi o momento de conhecer como o Cooperjovem atua em cada cidade. Ao todo, são quatro cidades pernambucanas: Santa Cruz do Capibaribe, Jatobá, Pesqueira e São José do Egito. Ao fim de duas apresentações, as responsáveis pelos projetos eram convidadas a retornarem ao ponto central do auditório, onde escutavam dúvidas e sugestões para ampliar o programa e potencializá-lo.
As sugestões eram dadas sempre por outros professores. Um dos projetos que mais chamou a atenção do público foi o praticado na cidade de Jatobá, na escola Municipal Dejanira Dória. Lá, pais e alunos do ensino infantil são convidados a cultivarem e cuidarem de uma horta sem nenhum produto de natureza agrotóxica. Tudo extraído ali é aproveitado pelos próprios alunos da escola.
Outra atividade realizada no colégio é na inserção da prática cultural e esportivas de pessoas que possuem algum tipo de limitação para se locomover. Peças de teatro e campeonatos, envolvendo várias modalidades esportivas, são regularmente praticadas na escola. Todas as ações feitas no colégio alcançam mais de 1500 alunos.
“Com essas ações, conseguimos dar outro sentido ao modo de ensino no colégio. Com o Cooperjovem estamos dando mais criatividade aos alunos e trazendo os pais a participarem do processo de ensino dos filhos, algo que antes não acontecia”, revelou Verônica Novaes, representante da Cooperativa de Trabalho em Ciências Agrárias e Meio Ambiente (Cootec), que é a apoiadora do programa no município de Jatobá.
Ao fim da rodada de apresentação e sugestões dos professores sobre os projetos. Eles foram convidados a assumirem a parte principal do auditório, mais uma vez. Agora, para ser protagonistas de um programa, onde eles mesmos eram os produtores, diretores e interpretes das cenas. Um programa de auditório foi produzido. Nele, pequenas apresentações sobre valores culturais dos municípios integrantes do Cooperjovem foram exibidos a todo público.
Com todas essas ações realizadas foi possível constatar que as promessas feitas no contrato do Encontro, firmada por todos os professores, de fato, foi cumprida. “Chegamos aqui com várias expectativas e dúvidas para saber como fazer o nosso projeto crescer cada vez mais. Eu saio daqui muito satisfeita, sabendo como outros professores pensam do projeto e com mecanismos de incrementar cada vez mais o nosso ensino, sempre olhando para o lado da cooperação”, resumiu Mikaelly Souza, professora do projeto na cidade de São José do Egito, onde os alunos trabalham peças artísticas culturais da região. (Fonte: Assimp Sescoop/PE)