ARTIGO DA SEMANA: Ivan Ramos

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As cooperativas nas horas boas e ruins!

*Ivan Ramos

A doutrina e a filosofia do cooperativismo são de conhecimento universal, e todas as pessoas conscientes sabem que a união faz a força e que juntos sempre seremos mais fortes. Nos eventos promovidos pelas cooperativas nesse início de ano, através dos Dias de Campo, ficou muito claro que unidos os agricultores conseguem mais e as cooperativas integradas também obtém resultados mais produtivos, mesmo nas horas de crise. Estamos vivendo um momento difícil na economia e na política brasileira.

Apesar da pregação de que o setor agropecuário está bem, não se pode garantir que vai continuar assim e que todos os que produzem nessa atividade vão bem. O exemplo mais visível está agora na suinocultura. A elevação dos preços dos insumos, especialmente do milho e da soja, vem ocasionando prejuízos aos criadores de suínos e de aves.

Mas nem todos estão amargando todo esse dissabor. Aqueles criadores que se integraram, através das cooperativas ou mesmo das agroindústrias, estão sofrendo menos. É a prova de que associativismo traz proteção aos seus integrantes. E o cooperativismo ainda mais, pois mesmo em épocas de crise, a união tem oferecido resultados globais que são distribuídos de uma forma ou de outra aos seus associados.

A crise nos suinocultores independentes é a mais marcante demonstração que se estivessem reunidos em cooperativas, teriam menos problemas. É verdade que o ônus está sendo repassado às agroindústrias, que com seus sistemas de integração são responsáveis pelo fornecimento dos insumos aos criadores e que podem repercutir no preço dos suínos, mas pelo menos está atingindo alguém com maior fôlego para aguentar os custos e que têm a possiblidade de desovar parte da produção industrializada no mercado internacional.

Agora, aqueles que preferem serem independentes, francos- atiradores no mercado, nessa hora sofrem mais. Quando o mercado de matéria-prima é demandador, ganham mais que os integrados, mas quando a crise chega como agora, tem que arcar com os prejuízos. É uma opção de vida e de atividades. A livre iniciativa oferece essa condição, entretanto, precisam estar preparados para quando as coisas estiverem ruins, suportá-las, sem a tutela governamental.

As cooperativas podem até não oferecer os melhores preços em épocas de mercado aquecido, porém, sempre estão presentes para suportar as crises e minimizar os reflexos nos agricultores. As cooperativas estão presentes nas horas boas e nas horas ruins. Pense nisso.


*Ivan Ramos é diretor executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro)

(Fonte: Assimp Sistema Ocepar)

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