Cooperativismo é ferramenta de inclusão social de ex-detentas no CE
Fortaleza (17/2) – O grande problema que ex-dententos encontram ao sair de um sistema prisional é a dificuldade em conseguir um emprego formal, devido ao preconceito da sociedade em relação a essas pessoas. Foi pensando nisso que a Secretaria de Justiça do Ceará procurou o Sistema OCB/CE para conhecer como o cooperativismo poderia contribuir com a capacitação de detentas do Presídio Feminino Auri Moura Costa, após cumprirem suas penas.
O próprio Secretário de Justiça do Ceará, Hélio Leitão, foi à sede do Sistema OCB/CE, onde se encontrou com o presidente, João Nicédio Alves Nogueira, para saber mais sobre a cultura da cooperação.
“A ideia da Secretaria de Justiça do Ceará é fomentar alternativas de trabalho, qualificação, capacitação, emprego e renda para a população prisional. Ou valorizamos essas pessoas e damos uma alternativa de emprego a elas ou incorreremos na possibilidade de que, ao saírem do presídio, voltem a cometer crimes, por causa da ociosidade pela falta de emprego”, destacou o secretário.
De acordo com Secretário Hélio Leitão, a ideia de constituir uma cooperativa com ex-detentos, no Ceará, surgiu depois de tomar conhecimento que em Santa Catarina o cooperativismo já trabalhar com internos do sistema prisional catarinense.
“Ficamos extremamente interessados em trazer essa ideia aqui para o Ceará. Decidimos procurar o Sistema OCB/CE para que pudéssemos ser orientados de como iríamos tocar esse projeto pra frente. Fomos muito bem recebidos e tenho certeza de que hoje se iniciou uma grande parceria”, disse o Hélio Leitão.
“O Cooperativismo é a alternativa que o mundo precisa para a economia. Estamos muito felizes em receber a Sejus aqui na nossa sede. Temos certeza de que a OCB/CE irá contribuir para que esse trabalho com as detentas, e futuramente, ex-detentas seja posto em prática com sucesso”, disse o Presidente do Sistema OCB/CE, João Nicédio Alves Nogueira.
Inicialmente, o programa de inclusão social deverá trabalhar com futuras 50 ex-detentas. A expectativa é de que, após as discussões iniciais, as internas sejam capacitadas pelo cooperativismo para começarem a trabalharem juntas e unidas. Além do Secretário Hélio Leitão, a Coordenadora de Inclusão Social do Preso e do Egresso (CISPE), Cristiane Gadelha, que trabalha diretamente com as internas no processo de inclusão social, falou da importância da parceria com o cooperativismo.
“A gente sabe que, quando elas saem do presídio, encontram dificuldades de conseguirem emprego formal, justamente pelo preconceito de serem ex-detentas. Por conta disso seria quase impossível conseguirem emprego sozinhas. Por isso que buscamos o cooperativismo, pois acreditamos que, juntas, elas serão mais fortes e poderão abrir o negócio com mais rapidez e solidez. É um grande desafio, mas temos certeza de que com o auxílio do cooperativismo vamos dar uma excelente alternativa a essas internas”, disse Cristiane Gadelha, Coordenadora da (CISPE). (Fonte: Assimp Sistema OCB/CE)