AM | Atitude: o ser humano como agente transformador da realidade

 

Mauricio Silva, 25 anos, esperava sua vez de ser atendido pelo oftalmologista.  Em situação de rua na área do Centro de Manaus, o jovem aproveitou quase todos os serviços que o movimento nacional Dia de Cooperar ofereceu na Arena da Amazônia, na capital amazonense neste sábado, 30. “Não é a primeira vez que tenho apoio direto das cooperativas aqui de Manaus. Há um bom tempo recebo orientações e cuidado. Mas essa é a primeira vez que estou participando desse encontro pois fui convidado e resolvi vir. É um suporte muito grande, principalmente para quem está na rua, como eu. Fico muito feliz com tudo isso”, comenta Maurício, que está na rua há quase dez anos.

Mas não são apenas os beneficiados que saem felizes. Os voluntários também aproveitam o momento para dar o melhor de si em prol dos outros, como é o caso da estudante Ana Natiellen, de 15 anos, que trabalhou durante a manhã na área de recreação. “Fico satisfeita em poder acolher quem precisa e, principalmente, as crianças, pois sei que elas são o futuro do país e merecem todo o carinho e atenção”, destaca.

COOPERATIVISMO

Um sorriso, um aperto de mão... Atitudes simples que realmente transformam. É dessa forma que cooperativas amazonenses, instituições parceiras e voluntários se uniram à equipe do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/AM), para levar à população de Manaus serviços gratuitos, em mais uma celebração do Dia de Cooperar. “Para todos nós, que somos cooperativistas, o Dia C enche os corações de alegria. Cooperamos todos os dias de nossas vidas, mas o sábado foi especial porque  doamos mais de nós, mais do nosso tempo. Isso é cooperativismo”, declara José Merched Chaar, presidente do Sistema OCB/AM.

Amor ao próximo

Terezinha Socorro, presidente da Copamart (Cooperativa de Trabalho de Artesanato Amazonense), trabalha todos os anos realizando projetos estruturados nas comunidades e municípios amazonenses e esteve presente no evento para celebrar os feitos. “Essa é uma forma de contribuirmos com aquilo que sabemos fazer: o artesanato. Hoje, realizamos oficinas e ensinamos as pessoas, sempre com muito amor, a fazer vários objetos. Nossa missão é incentivar essas pessoas a terem uma nova forma de investir, a terem uma profissão”, diz.

Este ano, a celebração em Manaus atraiu muita gente nova. Marco Antônio dos Reis, coordenador voluntário dos projetos Pedala Manaus e Bike Anjo, foi um dos que esteve pela primeira vez como parceiro no encontro. Ele conta que a finalidade dos dois projetos é levar aos iniciantes os conhecimentos acumulados por ciclistas experientes. “Buscamos, por exemplo, pessoas que começaram a andar de bicicleta e abandonaram a atividade depois de sofrer quedas que geraram traumas. Nossos projetos os ajudam a retomar o esporte, com lições básicas de teoria e prática”, afirma Marco Antônio e continua, “pode não parecer, mas o trauma de quem já pedalou e hoje não mais, é real. Com apoio das cooperativas, desenvolvemos parcerias para aumentar a quantidade de voluntários nesses projetos e assim, alcançamos mais pessoas para que elas também saiam por aí pedalando e satisfeitas''.

Fundada no ano de 2017, a cooperativa Segap (Cooperativa de Trabalho em Segurança de Grandes Eventos, Agentes de Portarias e Porteiros de Condominios do Estado do Amazonas), participa pela primeira vez do Dia C este ano e, durante a celebração, ofertou qualificação profissional para quem está a procura de uma nova profissão. Segundo Aldovando Lima, vice-presidente da Segap, a cooperativa já capacita pessoas no dia a dia e, por isso, nada mais justo que levar um pouco desse trabalho também de forma voluntária. 

O Dia C é realizado em Manaus desde 2013 e a previsão é que beneficie cada vez mais pessoas nos próximos anos. “Encontramos alguns desafios no começo, mas que se mostraram mínimos diante de todos os benefícios que o movimento traz”, finaliza Cláudia Sampaio, superintendente do Sistema OCB/AM, entidade que atua em prol do desenvolvimento do cooperativismo no estado amazonense.

Por Gessiane Garcia

 

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